O que explicaria esse fraco desempenho do atual prefeito da capital? Em primeiro lugar a crise de representatividade, que atinge todos partidos, mas antes de mais nada o PT. As políticas de conciliação com a direita, os inúmeros cortes e ajustes promovidas pelo PT durante o governo Dilma, e a atual apatia criminosa desse partido, junto as centrais sindicais petistas frente ao golpe institucional, ao qual se mantiveram no discurso de luta, mas que na pratica deixaram o impeachment passar sem luta.
quarta-feira 20 de julho de 2016 | Edição do dia
Isso tudo tem gerado uma crise na base petista, mas também por não darem nenhuma alternativa frente a direita, o seu discurso social e “dos trabalhadores” perde força frente a população que já vem se testando e vendo que não passa de demagogia. A soma desses fatores tem feito o partido perder cada vez mais votos.
O atual prefeito de São Paulo, Haddad esta perdendo votos principalmente nas periferias, onde contraditoriamente, muitos desses votos que iam para o PT, pela falta de uma candidatura classista, podem ser capitaneados pelos candidatos da direita, como Celso Russomano ou Marta Suplicy, que votou pelo impeachment da presidente Dilma, ou para a abstenção. Além disso, o desgaste que a imagem do PT sofreu por parte da Lava-Jato, do “partido judiciário” e da mídia golpista ajudou a desenhar esse cenário a menos de três meses das eleições.
As campanhas municipais são um termômetro da influencia dos partidos na população, e desenhará um primeiro cenário político no Brasil pós impeachment. Para o PT a candidatura em São Paulo é fundamental para se manter a frente de uma das mais importantes prefeituras do pais, sabendo que as gestões municipais costumam funcionar como vitrines dos partidos e serão parte de preparar as eleições a presidente em 2018, ou seja, pelas atuais eleições municipais passam muito das estratégias dos partidos, e para o PT especialmente se Lula voltará nas próximas eleições a presidente.
