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LUTA CONTRA OS AJUSTES NA USP | Greve da Prefeitura da USP dá exemplo de luta e sai com conquistas

quinta-feira 8 de outubro de 2015 | 19:41

Após dez dias paralisados para garantir a defesa dos seus empregos e resistir ao desmonte da Prefeitura do Campus, sendo ameaçados com corte de ponto e até com carta da Reitoria em suas casas ameaçando demissão por justa causa, os trabalhadores da Prefeitura mostraram o caminho em como lutar contra a política de divisão, ajustes e de desmonte da Universidade. O apoio de estudantes e trabalhadores de outras unidades foi fundamental.

Nas últimas semanas inúmeras medidas foram anunciadas para aprofundar o que ficou conhecido como "desmonte" da Prefeitura. Transferência do Serviço de Áreas Verdes para o "Viveiro", do Canil para a Faculdade de Veterinária, do Transporte e Oficina Mecânica para CODAGE e da Administração para a Antiga Reitoria, além da construção de um muro dividindo a Prefeitura. Essas medidas significariam a transferência de quase metade dos trabalhadores.

Diante dessa intransigência e imposição por parte do Nakao os trabalhadores não tiveram outra alternativa que não fosse deflagrar greve para garantir a defesa dos seus empregos. Afinal, como tem se demonstrado nas Creches, no Hospital Universitário, nos Restaurantes Universitários, e no próprio discurso do Reitor em diversas entrevistas, existe a intenção de diminuição do quadro de funcionários efetivos da USP. Este processo se acelerou quando o o chefe de gabinete da Reitoria, o senhor Oswaldo Nakao, decidiu passando por cima das negociações com o próprio Prefeito enviar caminhões para retirar os equipamentos e pertences.

Nesses últimos dez dias os trabalhadores assumiram uma luta duríssima contra o desmonte, sendo carro-chefe da resistência dos trabalhadores na Universidade, que nesse momento se preparam para uma paralisação dia 15/10. Mesmo frente a inúmeras ameaças, como o corte de ponto, ofício ameaçando de justa causa os trabalhadores que estavam paralisados e destituição de chefes que participavam do processo de resistência, os trabalhadores mantiveram sua determinação, e com o apoio de inúmeros estudantes, que cumpriram um papel fundamental, e trabalhadores de outras unidades que se somaram aos piquetes, enfrentaram heroicamente a Reitoria.

Como fruto dessa luta, ainda que não se conseguiu barrar por completo as transferências, os trabalhadores conquistaram o compromisso da Comissão Permanente de Trabalho da Reitoria (Copert), de que, fruto do processo de reorganização administrativa que tem sido feito na Universidade, não haverá demissões dos funcionários da Prefeitura e que serão asseguradas as condições de trabalho nos locais para onde os trabalhadores forem transferidos. E, por último, arrancando o pagamento dos dias parados, que é um exemplo de como se defende o direito de greve.

Yuna Ribeiro, trabalhadora da Prefeitura e representante de base no Sindicato disse “Em nome das trabalhadoras e trabalhadores quero agradecer a toda força, apoio e presença do Conselho Diretor de Base do Sintusp! Nos momentos mais difíceis, que não foram poucos, vocês nos ajudaram a nos manter firmes e levantados! Só conseguimos levar adiante esta luta pela força dos trabalhadores, mas também pelo grande apoio estudantil que se expressou de diversas correntes. Saímos dessa batalha com a certeza de que a luta continua e que só com a luta podemos enfrentar os desmontes e os ataques que estão colocados!”

Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP disse ainda que “apesar das tentativas da Reitoria de desmoralizar, de acabar com a determinação dos trabalhadores, de acabar com a dinâmica de sindicalismo como o Reitor Zago disse nas suas declarações, mais uma vez os trabalhadores deram o exemplo, mostrando que a combatividade e determinação construída ao longo de anos de luta se mantém. Agora é necessário irmos para cada unidade passar essa mensagem e construir a unidade para a paralisação do dia 15/10 para defender nossos empregos, nossas condições de trabalho e combater o processo de desmonte da Universidade que ainda segue em curso pois uma unidade lutando sozinha por mais força que tenha não é suficiente, é preciso toda a categoria unificada junto com professores e estudantes”.


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Educação    USP



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