Os governadores do Nordeste, encabeçados pelo governador do Piauí Wellington Dias (PT), se reúnem nessa quarta, 21, com o governo Bolsonaro para levar uma agenda de propostas para serem tocadas junto ao futuro governo.
quarta-feira 21 de novembro de 2018 | Edição do dia
(à esquerda, Fátima Bezerra, governadora pelo PT do Rio Grande do Norte; à direita Wellington Dias, reeleito pelo PT ao governo do Piauí)
Dentre elas, chama atenção a proposta de Reforma da Previdência, que revela a falsidade do discurso do PT em “resistir” ao governo Bolsonaro. Pelo contrário, seus governadores, junto com os do PCdoB e golpistas do PSB, se colocam a disposição de trabalhar juntos com o ex-militar no principal ataque ao povo trabalhador.
Quem receberá os governadores atuais e eleitos do Nordeste será ninguém menos que Sergio Moro, futuro superministro da Justiça de Bolsonaro. Revela em pequeno a sua contribuição com os ataques e reformas, principal motivo pelo qual assumiu o posto no governo, de modo que poderá usar dos métodos da Lava-Jato para pressionar congressistas a aprova-la, ao mesmo tempo em que blinda Bolsonaro.
Além da Reforma da Previdência, a agenda de propostas inclui temas como segurança pública, retomada de obras como a ferrovia Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco, e securitização das dívidas. A ideia da reunião é debater detalhadamente a pauta e fechar uma agenda única que será levada ao encontro de governadores, no dia 12 de dezembro.
Como já debatemos em outro texto, a proposta de Reforma da Previdência desses governadores apresentada em uma carta endereçada a Bolsonaro, que inventava a possibilidade de uma reforma que “não penalizasse as mulheres e os mais pobres”.
Esta é a essência da política petista: a conciliação com os principais interesses dos capitalistas, nacionais e estrangeiros, sem deixar de envernizar os ataques antipopulares com ideias "que não prejudiquem" os trabalhadores e a população pobre. A defesa da governabilidade burguesa e dos lucros dos grandes banqueiros e empresários é parte do DNA petista.
Por isso que a estratégia petista não só é absolutamente impotente para enfrentar Bolsonaro, como propõe uma aliança em torno de um dos principais desafios do seu governo que vai ser a Reforma da Previdência. O objetivo do PT com esses acordos tem o objetivo exclusivo de nos fazer esperar até 2022 para que o PT substitua a atual administração, depois de ter feito o trabalho sujo de aplicar os mais duros ataques aos trabalhadores.