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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Governo e Congresso avançam com reforma da previdência, sob trégua das centrais sindicais

Aproveitando união entre Executivo e Legislativo pela Reforma da Previdência, ministro Paulo Guedes se reúne com deputados e avançam em pontos comuns no projeto da odiada reforma. Enquanto isso as centrais sindicais seguem em trégua sem organizar mobilizações à altura.

terça-feira 2 de abril de 2019 | Edição do dia

Após as desavenças entre o Legislativo e Executivo em relação ao projeto da reforma da previdência, no final da semana passada os poderes propuseram uma união em nome de avançar na implementação do objetivo central do governo, dos banqueiros, grandes empresários e do capital estrangeiro.

Buscando se unir a fim de garantir a aprovação da reforma da previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, definiram como “eixo de governabilidade” a agenda econômica ultra neoliberal, discutindo formas e meios de garantir de forma mais rápida possível a aprovação da reforma.

Nesta terça-feira, 2, foi anunciado pelo secretário da Previdência e Trabalho, em reunião com o ministro Guedes e deputados em Brasília que o governo continuará a defender a proposta integral da reforma da previdência, entretanto, apresentando uma flexibilidade quanto às regras de aposentadoria rural e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que poderão ser suprimidas caso a maioria dos parlamentares decida por isto.

De acordo com os deputados presentes na reunião, após a trégua entre os poderes Legislativo e Executivo, a retirada do BPC e da aposentaria rural da reforma já são pontos de pacificação entre a proposta do governo e da bancada.

Não só deputados estão satisfeitos com a trégua obtida para avançarem na reforma da previdência, mas também empresários e banqueiros declaram estarem mais seguros frente o acordo entre os poderes em avançar no projeto e aprovação da reforma. O vice-presidente do Bradesco, nesta terça-feira, declarou estar “olhando com otimismo em relação a aprovação da reforma da previdência”, além do otimismo com as privatizações planejadas pelo governo.

Frente a esse duro ajuste neoliberal nas costas dos trabalhadores e população pobre, fica evidente como, apesar das declarações de Bolsonaro em não entrar no jogo político do “toma-lá-da-cá”, vemos que é a “nova política” mostrando que os eixos do “velho regime” são ainda os mesmos. Se unindo e protegendo os empresários milionários – que inclusive devem mais de R$450 bilhões à Previdência –, com o capital estrangeiro, vão avançando na aprovação da reforma.

Enquanto isso, as centrais sindicais, como a CUT, dirigida pelo PT, permanecem paralisadas, não apresentando nenhum plano de luta e alternativa para os milhões de trabalhadores que serão atacados com a reforma da previdência e todo o pacote de ajustes do governo, como o pacote "anti-crime" de Sérgio Moro.

É preciso que os trabalhadores se choquem com as direções e burocracias sindicais, retomando em suas mãos os sindicatos e resgatando os métodos históricos de luta dos trabalhadores, como paralisações, greves e ações massivas, única forma de fazer a direita recuar e de barrar a reforma da previdência. É necessário que se rompa com a paralisia e passividade, convocando um verdadeiro plano de lutas que coloque fim à essa trégua das centrais sindicais com o governo.




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