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Retorno as aulas em SP | Governo de SP utiliza apenas 20% da verba para reformas estruturais e medidas sanitárias nas escolas em 2021

O Estado impôs o retorno às aulas nesta segunda-feira (18), enquanto as escolas da rede pública sofrem com problemas estruturais graves, o que impacta diretamente na vida de milhares de alunos e trabalhadores da educação em meio a pandemia de Covid-19.

segunda-feira 18 de outubro de 2021 | Edição do dia

Segundo a execução orçamentária estadual, dos R$576,3 milhões que foram aprovados para melhorias estruturais nas escolas no ano de 2021, apenas R$114,1 milhões foram utilizados.

O valor dessa verba faz parte do projeto “Escola Mais Bonita” de 2019, quando São Paulo ainda estava na gestão João Dória (PSDB), com um investimento de R$1,1 bilhão para reformas nas escolas. Este projeto foi alvo de investigação aberta pelos professores no ministério público, por conta de uma orientação de pintar 40% das fachadas de 2,1 mil escolas estaduais de azul e amarelo, as cores do PSDB.

Durante a pandemia, o programa foi adaptado para atender as necessidades sanitárias das escolas e dois meses próximo do fim do prazo, foram investidos R$618 milhões, o que seria 56% do valor anunciado no projeto.

Enquanto as o Governo alega que esse dinheiro está sendo repassado diretamente para as escolas para que façam essas mudanças para habilitar o retorno às aulas presenciais, mantendo o distanciamento social, a realidade das escolas é outra. Como relata um professor de uma escola da Zona Leste de São Paulo:

"A reforma foi feita só para embelezar a escola, mas ele não é funcional. Os professores não têm uma copa e ficam todos juntos em uma salinha pequena. O refeitório também não permite distanciamento entre os alunos, justo no momento em que tiram a máscara para comer. Não tem ventilação suficiente nas janelas e a gente é proibido de ligar o ventilador por causa do protocolo".

Ainda, alunos reclamam da falta de limpeza nos espaços comuns das escolas, o que implica diretamente na segurança dos alunos e trabalhadores das escolas em meio a pandemia de covid-19, onde já foram registrados surtos em escolas de SP, em outro momento.

O retorno obrigatório de 100% das escolas do Estado é vista como irresponsável por maior parte da comunidade escolar, essa medida autoritária, coloca em risco alunos e trabalhadores, que são obrigados a ocuparem um espaço sem nenhuma garantia de medida sanitária e como problemas estruturais graves, como é a realidade de maior parte das escolas públicas no país .O subinvestimento para a educação é uma realidade no Brasil de Bolsonaro e Dória, que vêm de conjunto com uma série de ataques a classe trabalhadora desde o golpe de 2016. Por isso, nós do Esquerda Diário defendemos que o retorno às aulas presenciais deve ser decidido pelo conjunto da comunidade escolar, não de maneira autoritária como é feita por Dória, e que se tenha as mínimas condições sanitárias para a segurança de todos.

Veja também: "A linha política é dos Think Tanks da direita Liberal" - entrevista com Fernando Cássio sobre o Novo Ensino médio em SP




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