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PEC 241 | Governo Temer quer “lei do silêncio” sobre Cunha para aprovar PEC 241

quinta-feira 20 de outubro de 2016 | Edição do dia

A prisão do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ordenada por Sérgio Moro, causou surpresa no presidente golpista Michel Temer, que deixou Tóquio na manhã de ontem (19) e pediu para que ninguém comentasse o episódio no Planalto em nome de sua “governabilidade”. A volta de Temer, segundo sua assessoria, teria sido determinada há pelo menos dois dias.

A execução da ordem de Moro ocorreu em um dia que poderia terminar favorável à agenda golpista, pela primeira redução dos juros em 4 anos, o que poderia colaborar para a aprovação da chamada PEC do Fim do Mundo, que pretende congelar gastos com saúde e educação nos próximos vinte anos.

O clima no Planalto foi marcado pelo temor que a queda de Cunha causou nos aliados de Temer. A possibilidade de uma delação premiada, vinda de uma personalidade “vingativa”, “que não cairá sozinha”, como caracterizam Cunha, coloca em xeque todos os golpistas e até onde iria o Judiciário para legitimar o regime, ainda mais questionado pela agenda de ataques que Temer pretende aplicar.

O principal ameaçado, na mira de Cunha e Moro, é o secretário executivo do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), Moreira Franco, já acusado por Cunha de estar por trás de irregularidades no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), financiado pela Caixa. O secretário também estava em Tóquio e chegou ao Rio antes do anúncio da prisão. Segundo sua assessoria, ele e Cunha “não conversam bem, não dialogam e não se dão”, mas eventual delação não preocupa Moreira.

Já a Secretaria de Imprensa do Planalto afirmou que preocupação com uma possível delação é “zero” e que “o governo tem reiterado que não há nenhuma interferência na Lava Jato e que as ações são de outro poder, que é completamente independente”.




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