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DOSSIÊ DE ESPIONAGEM | Governo Bolsonaro faz dossiê para espionar servidores opositores, como na ditadura

Ministério da Justiça de Bolsonaro faz dossiê de espionagem que contem quase 600 nomes de servidores públicos opositores ao governo. Tal método era amplamente utilizado pela Ditadura Militar para perseguir a oposição ao sangrento regime.

quarta-feira 5 de agosto de 2020 | Edição do dia

O Ministério da Justiça fez um dossiê que contém 579 nomes de servidores federais e estaduais, como professores, identificados como “antifascistas”. O dossiê significa um salto no controle autoritário e na perseguição do Judiciário, especificamente por meio da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) nas mãos de André Mendonça, atual ministro da justiça e fiel bolsonarista.

Hoje, a Ministra do STF, Carmem Lúcia, deu um prazo de 48 horas para o Ministério da Justiça explicar esse dossiê. Mas qual explicação pode ser dada além de que se trata de um caso de espionagem aos opositores ao governo Bolsonaro? Esse movimento do golpista STF nada mais é do que uma tentativa de se relocalizar frente ao avanço autoritário por parte do governo com esse dossiê.

Bolsonaro, a fim de aumentar o aspecto militar e repressivo de seu governo, vem investindo nos órgãos de investigação estatais com o objetivo de perseguir opositores do governo, principalmente a esquerda. Com isso, criou o Centro de Inteligência Nacional, sob a mesma justificativa dada por André Mendonça ao mandar que se produzisse o dossiê de opositores ao governo, que seria “evitar instabilidade política no atual governo”. Ou seja, rastrear todo os opositores do governo com perseguições e investigações, bem como fez a Ditadura Militar por meio do SNI (Sistema Nacional de Investigação), que hoje é a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) da qual Bolsonaro se usa para exigir o relatório de extrema direita.

O novo ministro da Justiça, que segue à risca o bolsonarismo. Não somente herda o golpismo do Judiciário, que foi ator principal do Golpe de 2016 na figura do STF, como avança em uma linha de combate à esquerda, além de Sérgio Moro com a Lava Jato, aumentando o grau de autoritarismo e controle estatal federal. Criada por Moro, teoricamente, a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) tinha a função de “integrar operações policiais contra o crime organizado, redes de pedofilia, homicidas e crimes cibernéticos”, nas mãos de André Mendonça se torna um órgão de investigação e produção de relatórios de quaisquer opositores políticos ao governo Bolsonaro.

O reacionário ministro afirma que “O objetivo é subsidiar decisões que visem a ações de prevenção, neutralização e repressão de atos criminosos de qualquer natureza que atentem contra a ordem pública, a incolumidade das pessoas e o patrimônio”, ou seja, um relatório de todo abrangente que justifica e legitima a investigação de quaisquer ato que representem a mínima oposição ao governo classificando-os enquanto “criminosos e contra a ordem pública”, os mesmo argumentos utilizados na ditadura militar para torturar e matar os militantes da esquerda e figuras de oposição ao Regime Militar.




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