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CAOS NAS OBRAS | Governo Alckmin rompe contrato e troca acusações com empreiteiras

O Metrô de São Paulo acusa consórcio responsável por parte do monotrilho da linha 17-Ouro de abandonar a obra. Empreiteiras reagem afirmando que o Metrô não forneceu projetos e atrasou recursos.

segunda-feira 18 de janeiro de 2016 | 20:30

O jornal "Valor Econômico" revelou nessa segunda feira, 18, que a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) rompeu o contrato com consórcio Andrade Gutierrez/CR Almeida, responsável por parte da construção do monotrilho da Linha 17-Ouro, e anunciou a paralisação das obras por tempo indeterminado. O Metrô alega que as empresas abandonaram a obra, descumprindo termos contratuais, podendo ser multadas em mais de R$100 milhões. A empresa ainda afirma que a segunda colocada na licitação feita anteriormente será sondada para assumir a obra, dispensando nova licitação e permitindo mais gastança sem controle do dinheiro público através de contratos de emergência e aditivos.

As empreiteiras por sua vez responderam com dura nota no mesmo dia onde acusam o Metrô de não entregar projetos executivos essenciais das obras e de não liberar áreas para canteiros de obras e alocação de pessoal, causando os atrasos na obra. "Prova disso é o fato de que tais contratos foram assinados com prazo de execução de 24 meses e, hoje, transcorridos mais de 32 meses, tais questões ainda não foram solucionadas pelo Metrô de São Paulo" afirmam as empreiteiras na nota.

A Linha 17-Ouro vem sendo alvo de constante disputa entre governo de SP e empreiteiras, já rendendo paralisações anteriores e multas cosméticas as empreiteiras envolvidas. A primeira previsão de entrega dessa linha, que usa a controversa tecnologia de monotrilho sobre rodas, era para antes da Copa do Mundo de 2014, mas não passou ainda nem da metade do cronograma previsto.

A linha 17-Ouro já tinha sido alvo das tesouras de Alckmin quando este congelou a construção de 17 de 36 estações dos monotrilhos das linhas 17-ouro e 15-prata, especialmente o ramal que ligaria diversas regiões periféricas e carentes como São Mateus e Cidade Tiradentes. Agora com essa paralisação completa, Alckmin avança ainda mais nos seus já anunciados planos de privatização, facilitando a entrega a iniciativa privada alegando dificuldades técnicas como essas.

O que não se noticia é que a empreiteira Andrade Gutierrez que está no meio da negociação é alvo da operação Lava-Jato e com outras empreiteiras e empresas tem sido parte do esquema de corrupção tucano no metrô, numa série de casos de corrupção da gestão Alckmin.




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