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CUNHA E O STF | Golpistas avançam: julgamento de Cunha é adiado no STF

O ministro Teori Zavascki, relator dos processos de Cunha e da Lava-Jato, decidiu pelo adiamento do julgamento do processo de Cunha por motivações políticas. Pelas declarações de outros ministros haveria motivações para o julgamento, mas o STF prefere confluir com as forças pró-impeachment.

sábado 23 de abril de 2016 | Edição do dia

Após a votação de domingo, o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha, já vinha costurando seu salvamento. No acordo em questão a Comissão de Ética não daria encaminhamento nas denúncias feitas nas delações premiadas da Lava-Jato. Para além desse acordo, o Supremo Tribunal Federal resolveu se posicionar sobre o processo que a Procuradoria Geral da República encaminhou sobre o deputado.

No teor do processo, o Procurador Rodrigo Janot, pede o afastamento de Cunha do cargo baseado numa série de pedidos para investigação de deputados que o presidente da câmara abafou. Os aliados de Cunha foram favorecidos enquanto o processo de impeachment era empurrado com unhas e dentes.

Demonstrando o mesmo papel político que vem cumprindo a Lava-Jato e o restante das decisões do próprio Supremo, agora na defesa do setor golpista, o recado dado é que Cunha poderá se manter como sucessor de Temer caso o golpe se efetive. O ministro Teori Zavascki, que recebeu o processo em dezembro, não vê motivações jurídicas fortes para encaminhar o processo. Enquanto isso, o ministro Gilmar Mendes disse em entrevista ao Roda Viva na segunda-feira que o motivo é “plausível”.

No jogo de cartas necessário para que se efetive o golpe institucional, os mecanismos do regime brasileiro mostram todo o seu reacionarismo.
O fato de Cunha ser um dos políticos corruptos que já é réu mais conhecidos e protegido do mundo, para estes juízes é pouco. Mostra a hipocrisia do regime político se "limpando" pelas mãos da justiça e da Polícia Federal.

Se dependermos de ministros do supremo, ex-juízes que ganham os maiores salários do país, o julgamento ocorrerá somente após a conclusão do impeachment, quando Cunha já terá cumprido seu papel de articulador do golpe mesmo com todas as acusações de corrupção sobre ele. Ou numa "nova etapa" da Lava Jato, onde o "combate a corrupção" que a justiça brasileira, como Sérgio Moro à cabeça, vinha fazendo, vai mostrar sua faceta também golpista.




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