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JORNALISMO CHAPA-BRANCA | Globo e presidência bolsonarista da Petrobras: casamento em prol da privatização

Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, apresentou a atual política de gestão da maior estatal do país em entrevista dada a Miriam Leitão, na Globonews. Apresentou suas usuais mentiras e manipulações de dados para argumentar que não estariam acontecendo privatizações, nem demissões em massa, nem que o combustível seja caro.

sexta-feira 14 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Sabe-se que em numerosos temas a Globo, bem como a Folha e outras mídias, destoam das mídias chapa-branca do bolsonarismo como o SBT e Record e tecem críticas ao governo de extrema-direita. Essas críticas nunca são sobre temas econômicos, tais como a Reforma da Previdência ou a entrega dos recursos naturais nacionais ao imperialismo. Isso ficou claro, mais uma vez, no convescote de Castello Branco e Miriam Leitão que foi ao ar ontem.

Antes de falar sobre as privatizações e o projeto entreguista o matrimônio Globo-Bolsonarismo atacou o direito de greve

A entrevista iniciou com Castello Branco defendendo a decisão conseguida pela empresa no Tribunal Superior do Trabalho, escrita pela pena de Ives Gandra com o carimbo de Dias Toffoli, que permitiu a empresa a contratar temporários para furar a greve dos petroleiros, greve que o TST impôs bloqueio das contas dos sindicatos, exigindo também um efetivo de 90% em uma decisão que mostra muito bem do lado de quem está o judiciário autoritário e rasga o direito constitucional de greve.

Castello Branco defendeu o direito de constituir pelotões de fura-greve através do trabalho temporário, prática que coloca trabalhadores da empresa e toda a população em risco, pois são poucas as empresas e trabalhadores no Brasil que têm experiência em operações tão complexas como a Petrobras, exigindo a experiência do petroleiro para operar seus terminais, plataformas e refinarias, sob pena de risco de graves acidentes. Ao mesmo tempo que defendeu esse ataque ao direito de greve, é importante ressaltar que não há nenhum indício real que o reacionário presidente esteja conseguindo implementar essa orientação de contratação de fura-greve em grande escala. A falta de sucesso na contratação de pelegos, mostra também a força da greve.

“Jornalismo” à serviço da privatização

Miriam Leitão, é claro, fez o famoso jornalismo da Globo - aquele que nem tenta fingir ser imparcial direito, e não convence nem a eles mesmos. Afinal de contas, em 14 dias de greve, a Rede Globo, mal mencionou a greve dos petroleiros, agora despertaram à greve mas para argumentar a falácia lógica que ela estaria fraca, com adesão alta demais logo deveria ser punida e que pode acarretar em desabastecimento. O desafio lógico de afirmar essas 3 coisas ao mesmo tempo é impressionante. Trata-se de ilusionismo e confucionismo para tentar ver se afasta trabalhadores da greve e se afasta outras categorias de apoiarem os petroleiros.

O intuito é simples, aliás, o mesmo intuito do golpe que apoiaram: privatizar a maior estatal do país para beneficiar acionistas privados e, em especial conluio, com petroleiras estrangeiras que vem aumentando sua presença em solo nacional.

Defesa do projeto golpista de país para a Petrobras

Em uma mesma frase, Castello Branco conseguiu demonstrar que foi muito bem treinado nos departamentos de economia da Escola de Chicago: disse, ao mesmo tempo, que não têm aval para privatizar a Petrobras e, na mesma fala, que o que ele quer é se livrar de várias partes da emp0resa. Ele afirma que realizou pela primeira vez uma privatização através do mercado de capitais. Trata-se da BR Distribuidora - do sistema Petrobras - a segunda maior empresa do país, que foi privatizada através do processo de venda de ativos na bolsa, um a um, processo esse que foi iniciado no governo Dilma e intensificado brutalmente no governo de Bolsonaro.

O argumento de Castello Branco é todo construído debaixo do ilusionismo que o STF autorizou o presidente da Petrobras e Bolsonaro a realizarem. O STF decidiu que a Petrobras não pode ser vendida sem licitação e projeto de lei, mas que subsidiárias podem, então a Petrobras pode pegar uma grande parcela de si mesma, torna-la subsidiária e vende-la, até mesmo sem licitação. Trata-se de uma enganação, deste modo, podem entregar tudo menos o nome Petrobras. E ainda terem a cara de pau de falar na TV que não se trata de privatização, e a “jornalista” chapa-branca da privatização nem lhe contestar nada. São parte dessa enganação. Uma enganação que furta recursos nacionais e leva a encarecer os combustíveis para todos brasileiros para garantir maiores lucros a Shell, BP, Chevron, Total, etc.,

Na lógica de Castello Branco, o valor da Petrobras é o valor de sua ação, ou seja, a empresa serve para o lucro de grandes acionistas privados. Seguindo a lógica de Paulo Guedes, que chamou funcionários públicos de parasitas e reclamou das supostas "domésticas indo para a Disney", o presidente da Petrobras também demonstrou seu ódio aos pobres ao falar durante meia hora da Petrobras defendendo o interesse dos acionistas.

No projeto golpista de país, levado adiante por Bolsonaro, Paulo Guedes e Sérgio Moro, a Petrobras serve aos capitalistas - os trabalhadores e os pobres que se virem. O gás vai continuar caro, o diesel vai continuar caro, a gasolina continuará cara, e o presidente da Petrobras tem a total liberdade de mentir sobre esses temas, dizendo que os combustíveis no país são baratos (!).

A greve petroleira enfrenta-se com essa gangue dos ’Chicago Boys’, os únicos verdadeiros parasitas, economistas defensores do neoliberalismo que usam uma retórica mercadológica, manipulam dados e argumentos e contam com a mídia parceira em sua prestidigitação, para defender uma política que representa o aumento do lucro privado usando empresas públicas, privatizações, injeção de recursos do estado e o aparelhamento de estatais como a Petrobras para colocá-las a serviço dos capitalistas e não da maioria do povo.




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