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JUDICIÁRIO GOLPISTA | Gilmar Mendes critica vazamentos de pedido de prisão

Evandro NogueiraSão José dos Campos

quarta-feira 8 de junho de 2016 | Edição do dia

Após o vazamento dos pedidos de prisão de quatro dos senadores José Sarney e Romero Jucá, do presidente do senado Renan Calheiros e do deputado afastado Eduardo Cunha, todos do PMDB, o ministro Gilmar Mendes (STF) reclamou, “Não se pode brincar com esse tipo de coisa... Isso é uma brincadeira com o Supremo” e ameaçou, “quem estiver fazendo isso está cometendo crime”. Outro ministro do STF que se comunicou em anonimato à Folha reconhece que esse tipo de vazamento pressiona o tribunal, pois o pedido de prisão já tinha semanas. Esse tipo de vazamento tem sido usado como elemento dinâmico da crise política no país em seus principais episódios, como no áudio de Dilma com Lula sobre a indicação desse para ministro, mas Gilmar Mendes, não havia expressado revolta.

Como viemos debatendo no Esquerda Diário, existe uma disputa no judiciário entre Gilmar Mendes e Rodrigo Janot sobre qual a melhor forma de conduzir o golpe. Enquanto o primeiro se esforça em blindar os tucanos (resistiu em duas oportunidades a abrir inquérito contra Aécio) e o governo, o segundo (que desde antes da votação do impeachment segurava as gravações de Sérgio Machado) indica uma linha que busca legitimar mais o golpe. A mídia também é outro ator nessa disputa, como dissemos aqui, “fervorosa por tornar públicas algumas denúncias, contrariando o STF, que quer segurar as informações para revelá-las conforme sua conveniência, que ordenou que fossem colocadas em sigilo as gravações de Sérgio Machado (das quais relevou apenas uma parte, justamente a que embasa agora os pedidos de prisão feitos por Janot)”.

Gilmar Mendes foi indicado para o STF por FHC em 2002 e acumula uma longa lista de acusações, investigações e polêmicas sobre suas decisões ou comentários. Foi um dos ministros que votou contra a “Lei da Ficha Limpa” e contra o fim do financiamento privado às campanhas eleitorais. Em 2012 foi acusado de sonegação fiscal; envolvimento com ex-senador Demóstenes Torres (cassado por corrupção); de quem a enteada de Mendes era assessora; de intervir em julgamentos em favor de José Serra. Também já foi investigado por ligações que poderiam indicar favorecimento político para o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, preso em flagrante no ano passado envolvido em esquemas de corrupção, além de proteger o banqueiro Daniel Dantas (operação Satiagraha) e várias outras denúncias.




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