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Fuvest nega direito de estudantes com Covid à prova substitutiva

A Fuvest, um dos vestibulares mais difíceis e concorridos do país, nega direito de estudantes contaminados pela Covid-19 a fazer prova de substituição. Para aumentar filtro social, serão majoritariamente pobres e negros os excluídos e indenizados com possível reembolso.

terça-feira 15 de dezembro de 2020 | Edição do dia

A instituição responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo, a Fuvest, soltou nesta segunda (14) um manual no qual estão delineadas as medidas de biosegurança para os vestibulandos e, de acordo com o documento, quem testar positivo para o novo coronavírus a partir de 1º de janeiro não deve ir fazer a prova. O mesmo vale para aqueles candidatos que entrarem em contato com alguma pessoa infectada a partir da mesma data e para todos que suspeitarem ter contraído a doença.

Não haverá qualquer prova substitutiva, um direito mínimo dada a situação de extrema calamidade da saúde pública e o número altíssimo de contaminados durante a pandemia, e a organização ficará responsável por analisar um possível reembolso aos prejudicados. Se, antes, o vestibular cumpria um papel de filtro social ao selecionar aqueles que têm direito à Universidade Pública de qualidade após os resultados das provas, hoje a Fuvest vai eliminar os mais pobres, mais atingidos pela pandemia, antes da aplicação do seu vestibular. Isto é, servirá tão somente como uma dupla barreira aos estudantes em sua grande maioria negros e trabalhadores que não podem manter ideais condições de biosegurança, pois aqui tratamos de jovens que sequer têm acesso a água tratada a depender do lugar que vivem.

Esta é, por completo, uma medida autoritária que deve ser rechaçada profundamente. O Esquerda Diário, enquanto mídia independente que esta a serviço dos trabalhadores, veio já denunciando durante todo esse ano as precárias condições em que os estudantes estão sofrendo nacionalmente. Desde o EaD, que serviu como meio de exclusão nas Universidade Públicas para aqueles sem acesso a internet e condições materiais para estudar, até a demanda por alimentos que governos negaram a oferecer para as crianças do ensino fundamental.

Por sua vez, rechaçamos mais esta medida tomada pela Fuvest. Bem como qualquer medida que venha de Bruno Covas, e João Dória a fim de destruir a educação pública no estado de São Paulo, ou de Bolsonaro a nível nacional. Pois nos colocamos ombro a ombro na defesa de que todo estudante tenha acesso a um ensino superior gratuito, público e de qualidade, que se dará senão pela luta por uma estatização completa de toda rede privada que serve aos interesses dos grandes conglomerados do ensino, e pelo fim definitivo do vestibular.




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