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EDUCAÇÃO | "Future-se": Abutres do MEC querem verba da educação em fundo para especulação financeira

Depois de rumores e boatos, o Ministério da Educação apresentou hoje o que seria, supostamente, o seu novo projeto para a educação. Um conjunto de ataques, benefícios a empresas privadas e operadores financeiros e muito embuste, ao que tudo indica, pela reunião que ocorreu pela manhã.

quarta-feira 17 de julho de 2019 | Edição do dia

Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Contéudo

Chamado pelo governo de "Future-se", o programa do MEC para as universidades públicas, apresentado pelo ministro Weintraub na manhã de hoje propõe utilizar verbas públicas para especular na bolsa. O ministro apresentou hoje para jornalistas e para representantes das universidades um slideshow tentando convencer da adesão ao programa, que só será publicado detalhadamente no dia de amanhã, em consulta pública.

Apesar de não entregar o projeto por completo, alguns elementos já demonstram o que vem aí, se depender do MEC. Em matéria, o UOL elencou alguns pontos, dentre eles a criação de um fundo de R$ 102 bilhões para a especulação na bolsa utilizando-se do dinheiro público. Segundo a matéria, o governo teria afirmado que a verba viria de: R$ 50 bilhões de patrimônio da União; R$ 33 bilhões de fundos constitucionais; R$ 17,7 bilhões de Leis de Incentivos Fiscais e depósitos à vista; R$ 1,2 bilhão de recursos da Cultura; R$ 700 milhões da utilização econômica do espaço público, fundos patrimoniais.

O secretário de Educação Superior, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, deixa claro os objetivos de especulação financeira do fundo Future-se:

"Isso será administrado por um agente financeiro, que geralmente vai ter um administrador ou um gestor. Quem faz muito bem isso é o Credit Suisse, o BTG. Serão pessoas que cuidam de imóveis. Como um zelador de um shopping. Isso passa por uma seleção simplificada"

"Como um zelador de um shopping", segundo ele, com a diferença que este fundo proposto pelo governo, sozinho, teria mais verba do que toda a educação – básica, superior, técnica e etc – durante todo o ano de 2018. Os dados podem ser vistos aqui.

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Mais uma ultrajante proposta para a educação vinda do governo Bolsonaro: o MEC atua como um "crupiê" de banqueiros e especuladores financeiros, ou seja, sua função não passa nem perto de ter a ver com a finalidade da educação propriamente dita. Seguindo a mesma linha de raciocínio privatista, o ministro Weintraub declarou como deve funcionar tal fundo:

"Tudo que a gente fizer é via CVM (Comissão de Valores Mobiliários), negociado em bolsa. Sem a gestão direta do Estado. A gente quer fazer isso tudo blindado"

O mais ultrajante é sustentarem a retórica de "ultraliberais" – "inimigos" de tudo o que é estatal – ao mesmo tempo em que planejam pagar as suas apostas com um dinheiro que é público, vindo em sua maioria os impostos pagos com muito suor pelos trabalhadores.

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Ataque sem precedentes exigem mobilização sem precedentes nas universidades

As universidades estão na linha de fogo da artilharia econômica e ideológica do governo de Bolsonaro. Junto com a Reforma da Previdência para saciar a sede dos capitalistas, a batalha contra as universidades vem para disciplinar a juventude com ataques conservadores, que são inúmeros, como o mais recente impedimento das cotas trans em universidade federal, junto com um ataque à autonomia universitária atacando na raiz, que é o orçamento da universidade pública.

O movimento estudantil que mostrou sua força no 15M e no 30M pode voltar novamente à cena no retorno das aulas. Os DCE e entidades de base podem preparar um forte retorno às aulas com assembleias e exigir uma coordenação nacional das mobilizações estudantis contra esse governo reacionário e esses novos ataques. E batalhar para que as direções da UNE e da CUT e CTB parem de dividir as lutas como vêm fazendo até agora, separando a juventude da luta dos trabalhadores, como fizeram com a Reforma da Previdência e os cortes, e que chamem um plano de lutas pra derrotar todos esses ataques.




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