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COLETES AMARELOS NA FRANÇA | França: Delegados e ativistas exigem da direção da CGT francesa a unidade com os Coletes Amarelos

“A CGT não pode tirar os olhos dessa raiva social” é o título de uma declaração em que membros da central sindical exigem que a direção deixe a passividade e convirja com os Coletes Amarelos na luta contra Macron.

quinta-feira 13 de dezembro de 2018 | Edição do dia

A França está se preparando para um novo fim de semana de manifestações dos Coletes Amarelos junto com estudantes e trabalhadores. Nesta sexta-feira, haverá um dia de mobilização, convocado pela direção da CGT, para o qual várias seções regionais e ramos da central sindical se somaram à greve que os dirigentes nacionais se recusaram a convocar. A jornada ocorre um dia antes das manifestações convocadas pelos Coletes Amarelos, que preparam um novo dia de luta contra o governo para este sábado, 15.

Na véspera do dia da luta convocada para sexta-feira, delegados e ativistas afiliados à CGT chamam sua organização para se juntar ao movimento dos Coletes Amarelos. Várias figuras sindicais já assinaram a petição que continua a se espalhar pelas redes sociais, e chegou às páginas do jornal Libération, incluindo Xavier Mathieu, uma das referências na luta contra o fechamento da fábrica de pneus Continental, Thierry Defresne, dirigente da central sindical na petroleira Total ou Ghislaine Tormos, operária da PSA.

Em um de seus parágrafos, a declaração, conclamando os sindicatos a se juntarem à luta dos "Coletes Amarelos", diz: "Debaixo dos coletes amarelos, estão nossos colegas, nossos amigos. Muitas vezes, os trabalhadores precarizados, fora das grandes cidades, pequenos empresários ou os desempregados, trabalhadores que não podem sobreviver, como muitos de nós. Eles são em grande parte aqueles que não podemos organizar em nossos sindicatos, em nossas lutas habituais e em torno de nossas consignas tradicionais, e isso deve nos questionar”.

Os dirigentes sindicais são questionados por terem aceitado o convite de Macron sob o consigna “diálogo social é necessário“ diante dos protestos dos Coletes Amarelos que abalam todo o país. Nem a brutalidade policial nem as ameaças do governo contra os manifestantes parecem ter incomodado a direção sindical que, mais uma vez, é a fiadora da “paz social“.

É por isso que a declaração afirma que “A CGT e os ativistas de base que somos, não podemos tirar os olhos dessa raiva social. Devemos encarar a realidade: o movimento de bloqueios já começou, devemos expandi-lo e trazer nossos métodos, os da greve e nossas demandas” e chama “a buscar convergências, não apenas no discurso, mas na organização real. É aqui e agora que devemos ficar ao lado com os Coletes Amarelos” desafiando a direção da central sindical que não pediu a unificação das lutas, aceitando os convites do governo para o diálogo.

A declaração completa pode ser lida em francês no site do Libération




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