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SÃO PAULO | Festa de aniversário SP: Nem todo mundo poderá curtir

Com ingressos limitados e com programação gourmet a festa de aniversário de São Paulo esse ano não terá espaço para todos.

Gabriela FarrabrásSão Paulo | @gabriela_eagle

sexta-feira 20 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Os eventos culturais realizados na festa de aniversário de São Paulo sempre foram o mínimo de cultura que poderia ser oferecido a população, assim como a Virada Cultural. Mas o que era mínimo agora será ainda menor durante o mandato do novo prefeito, Dória.

Após anunciar que a Virada Cultural não será mais no centro de São Paulo em locais abertos, mas sim no autódromo de interlagos, um espaço fechado e distante da maioria da população; o novo prefeito também mudou o conceito da festa de aniversário da cidade.

Ano passado, com shows grandes de Daniela Mercury no Ibirapuera e de Gilberto Gil no Parque Tietê, todos que quiseram curtir a festa tiveram acesso. Mas esse ano se anuncia que será um pouco diferente.

A festa ocorrerá em espaços municipais de cultura e de lazer da capital, como o Teatro Municipal, a Biblioteca Mario de Andrade e Centro Cultural São Paulo. Serão algumas dezenas de eventos. A ideia a princípio parece boa, pois vem com o discurso de que a nova prefeitura buscará dar mais visibilidade para esses espaços não só durante grandes eventos, mas ao longo de todo ano; como afirmou o secretário André Sturm, no site da pasta: “Queremos que as pessoas frequentem esses espaços o ano todo. Para isso, já vamos abrir com as comemorações do aniversário, aliando programação de qualidade e integração da rede municipal de equipamentos que está distribuída pela cidade e merece ser conhecida e mais frequentada pelos cidadãos"

A “programação de qualidade” é um termo que preocupa vindo do secretário do prefeito que afirmou que pixo não é arte, que quer a proibição dos pancadões, e nomeou como lixo a população que frequenta o centro durante a virada cultural. A programação oficial já denuncia o quão elitista e gourmetizada será essa “programação de qualidade” com food trucks e venda de vinhos como parte da programação.

O problema é que Dória levará a festa para espaços centrais e ainda elitizados e não periféricos, mesmo que anteriormente a festa se concentrasse em espaços também centrais e não periféricos, mas muito menos elitizados.

Outro problema é que para a maioria dos eventos em lugares fechados com lugares limitados será necessário a retirada de ingressos. Não é preciso nem fazer uma conta precisa para ver que grande parte da população ficará de fora, e será a população negra, pobre e periférica.




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