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Famílias disputam cestas básicas na BA, enquanto Bolsonaro pede jejum e Rui Costa não garante alimentação

A notícia da distribuição de 150 cestas básicas em um centro social de Salvador provocou corrida de pessoas ao local. Enquanto isso Bolsonaro ainda não anunciou data para o pagamento dos R$ 600 emergenciais e pede para que as pessoas jejuem para afastar o mal. Já o governo Rui Costa recorre da decisão da justiça para o fornecimento de alimentos para estudantes da rede estadual de ensino.

sábado 4 de abril de 2020 | Edição do dia

Uma multidão invadiu, na sexta-feira (3), o Centro Social Urbano (CSU) do nordeste de Amaralina, bairro de Salvador. A situação ocorreu durante distribuição de 150 cestas básicas no bairro, que seriam para as pessoas previamente cadastradas.

A corrida por alimentos demonstra o desespero de famílias de trabalhadores informais, autônomos e desempregados, que no contexto dessa crise estão sem renda e diante de uma perspectiva de carestia.

Enquanto essas famílias vivem esse desespero, o governo Bolsonaro ainda não anunciou data para o pagamento da renda básica emergencial de R$ 600. Até o momento, a medida só ficou na disputa entre presidente e Congresso, para ver quem aprovava primeiro, mas ainda não se concretizou. Por enquanto o que Bolsonaro anunciou foi um dia de jejum religioso “para que o país fique livre desse mal [do novo coronavírus]”, acenando para sua base evangélica.

Já o governador do estado, Rui Costa (PT), se recusou a cumprir a decisão da justiça que impôs a garantia do fornecimento de alimentos para estudantes da rede estadual de ensino, e já anunciou que irá recorrer da decisão.

“Essa decisão é inexequível. Custo de logística de transporte para levar alimentação a 800 mil estudantes, boa parte na zona rural, é cem vezes maior que a cesta básica. Não tem a mínima possibilidade. Seria um desperdício absurdo de recursos, em um momento em que estamos vivendo um drama, uma verdadeira guerra. Teria que gastar milhões com empresas de logística, de transporte, para entregar alimentos para 800 mil residências, boa parte na zona na zona rural. Estamos preferindo adotar duas medidas de pagamento para pessoas pobres, de luz e de água”, disse o governador.

Rui Costa contrapõe duas demandas elementares das famílias, o fornecimento de luz e água a garantia de alimentação. Muitos trabalhadores estão sem nenhuma renda e necessitam das duas coisas. Enquanto Bolsonaro, o Congresso e governadores fazem sua demagogia, as famílias dos trabalhadores demandam medidas emergenciais para manterem suas condições de vida. Para além da insuficiente distribuição de renda, que deveria ser elevada para a média salarial do trabalhador no país de R$ 2.000, outras medidas necessárias para a diminuição do custo de vida para as pessoas nesse momento são: isenção do pagamento de luz, água - já garantidas pelo governo baiano - mas também da internet, atacando o lucro bilionário das empresas do setor, e principalmente dos aluguéis, além do congelamento de preços, como do botijão de gás que impacta diretamente na subsistência das famílias.




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