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Família de Amelinha, torturada na ditadura, é ameaçada por bolsonaristas

Eleitores de Bolsonaro ameaçam Amelinha, militante torturada na época da Ditadura Militar, por denunciar sobre torturas e suas experiências vividas.

sexta-feira 26 de outubro de 2018 | Edição do dia

’’Estou muito apreensiva, muito preocupada porque eu e minha mãe estamos recebendo ameaças, perseguições via Facebook e WhatsApp’’. Foram estas as palavras de Janaína Teles, filha de Maria Amélia de Almeida Teles, a Amelinha, que foi brutalmente torturada durante a ditadura militar. Depois que a ativista apareceu em um vídeo denunciando a barbárie daquele período, defendido pelo candidato reacionário Jair Bolsonaro, ela vem sofrendo inúmeras ameaças.

Para atacar Amelinha, os seguidores de Jair Bolsonaro estão utilizando uma estratégia que já está bastante conhecida nestas eleições: as fake news. Acusam Amelinha de ter cometido crimes que comprovadamente não existiram, sequer nos próprios registros da época. O candidato reacionário e a parte mais radical de seus apoiadores possuem uma idolatria por torturadores, como coronel Ustra.

Janaína, filha de Amelinha, continua dizendo ’’Muitas fake news. É muito preocupante para a vida política e social, para a democracia esse tipo de mensagem, sendo que apenas reiteramos as denúncias que fazemos desde 1989’’. Amelinha, quando tinha apenas cinco anos de idade, junto com o irmão, Edson Teles, viram os pais serem torturados por oficiais do Exército no Doi Codi, em São Paulo.

A Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos fez um abaixo-assinado em defesa da memória e da integridades daqueles que sofreram e foram torturado pela ditadura militar ’’Nós, familiares de mortos e desaparecidos políticos, defensores de direitos humanos, organizações e entidades abaixo assinadas, nos solidarizamos com Amelinha Teles, ex-presa política e histórica defensora de direitos humanos e sua filha Janaína Teles, historiadora e defensora de direitos humanos. Ambas vêm sendo alvo de uma onda de ataques nas redes sociais’’.

Os familiares de Amelinha pedem para que a sociedade não apoie a tortura e a barbárie. ’’Ditadura nunca mais. Tortura nunca mais’’, gritam neste momento em que ’’há um presidenciável que defende a tortura e tem como ídolo um torturador da ditadura declarado, é fundamental reforçar nosso repúdio à ditadura militar, que colocou sob um regime autoritário, perseguiu, estuprou, sequestrou, torturou, assinou e ocultou os corpos de opositores políticos’’.




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