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Falta de trabalho atinge 26,4 milhões de brasileiros segundo IBGE

Uma pesquisa feita pelo IBGE, aponta que no 4° trimestre de 2017 haviam 26,4 milhões de brasileiros que, dentre eles, 12,3 milhões estão procurando emprego sem sucesso, 6,5 milhões estão trabalhando menos de 40 horas semanais e 7,3 milhões desistiram de procurar emprego. Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, existe um perfil para os subocupados, que são aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana: são eles em sua maioria jovens e negros, por motivos de falta de qualificação e experiência.

sexta-feira 23 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

Os índices dos três grupos apontou um aumento de 2016 para 2017, o que demonstra o aprofundamento da crise que perpassa o país, apesar da taxa de desempregados ter caído do 3° para o 4° semestre do ano. Apesar de ser uma realidade principalmente entre os jovens, o trabalho de menos de 40 horas por semana também atinge outros setores, inclusive mães que tem que sustentar suas famílias com um trabalho de apenas 20 horas semanais, tendo que complementar a renda com trabalhos informais.

Entre os desalentados, ou seja, aquelas pessoas que podem mas não trabalham, estão aqueles que já desistiram por sentir que o desemprego está muito forte, mas também tem o caso de mães de família que precisam cuidar de filhos e familiares e portanto não têm condições de permanecer trabalhando. Isso reflete uma sociedade que não dá conta de cumprir a demanda de creches para que as mães possam realizar suas tarefas, além de refletir o machismo que delega à mulher a tarefa de gerir os lares.

O aumento de trabalhadores subocupados é um reflexo da aprovação da Reforma Trabalhista, que permite que se criem postos de trabalhos mais precarizados, sem registro CLT, e portanto sem que necessariamente se façam cumprir as leis trabalhistas conquistadas historicamente pela luta da classe trabalhadora, demonstrando qual é a solução que o governo de Temer quer dar para o desemprego: aumentar os postos de trabalho precarizados, fazendo com que haja uma falsa melhora, já que o desemprego tende a cair desta forma, mas sendo substituído por contratos de trabalho que não beneficiam o trabalhador.

Além disso a falta de postos de trabalho se deve à crise econômica, sendo que em um momento como este, o governo resolve atacar os direitos da classe trabalhadora para proteger os patrões, fazendo com que sejamos nós que pagamos os custos da crise enquanto o governo concede isenção de impostos e perdoa dívidas dos grandes bancos, que tiveram recorde de lucro em 2017.

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Além disso o governo segue pagando os juros da dívida pública, enquanto o trabalhador brasileiro não consegue sustentar a sua família recebendo menos de um salário mínimo em um trabalho de meio período, fazendo com que os empresários dentro e fora do Brasil siga lucrando sem pagar o preço dessa crise. A resposta que o governo deveria dar ao problema da crise e do desemprego é diminuir as horas de trabalho sem rebaixar os salários, criando assim mais postos e fazendo com que nenhuma família tenha que passar fome, e se recusar a pagar a dívida pública, da qual só resta pagar os juros abusivos que aumentam ano após ano, fazendo com que o governo siga dando dinheiro de cabeça baixa para países imperialistas.




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