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POVO MAPUCHE | Exploração, roubo e criminalização do Povo Mapuche

Nas escolas continuam ensinando que no dia 12 de outubro se celebra “o descobrimento da América”, fantasiando o que na realidade foi uma invasão europeia a esse “novo mundo” que já estava povoado e habitado há milhares de anos e que gerou o maior genocídio na história dos povos originários.

segunda-feira 3 de outubro de 2016 | Edição do dia

A história continua sob o comando do governo Bachelet

Foram 524 anos de guerra, roubo, exploração, lutas e resistências que compuseram a história dos povos originários da América Latina. No Chile, a presença do povo mapuche é sinônimo disso. No entanto, os governos empresariais têm sido os sucessores dessa herança colonizadora. O próprio governo da Nueva Mayoría liderado pela presidente chilena, Michelle Bachelet tem um amplo histórico de criminalização e, inclusive, assassinatos contra muitos jovens batalhadores do povo Mapuche, como as mortes de Matias Catrileo Quezada em 2008 e Jaime Mendoza Collío em 2009.

Esse governo empresarial não veio apenas aprofundando seu modelo de exploração, mas também tem promovido duros golpes de criminalização contra a luta mapuche, resultando em 16 presos políticos nas casas de detenção do país. Entre eles, a mais injusta das situações é a que vive a machi (autoridade religiosa, conselheira e protetora do povo mapuche) Francisca Linconao, que é acusada pela morte dos latifundiários Luchsinger-Mackay. Uma Rede de Apoio a machi Francisca foi organizada e vem realizando várias manifestações de apoio para exigir sua libertação, pois além tudo, ela se encontra com graves problemas de saúde.

Esse fato também contribui para o desenrolar do julgamento dos membros da comunidade Wente Winkul Mapu: Juan Pablo Likan e Elisa Rojas que são acusados de atacar e incendiar um local em 2014 em Chol Chol, região da Araucanía. No julgamento que ocorreu em 22 de setembro daquele ano na idade de Angol, familiares, advogados e amigos denunciaram que as prisões eram resultado de uma perseguição política do Governo contra as comunidades que se encontravam em luta.

Por outro lado, continua a intimidação àqueles que apóiam a causa, como os advogados que estão acompanhando as causas mapuche, Karina Riquelme e Sebastián Saavedra, que apresentaram um juízo de amparo. Essa ação é uma resposta a seguimentos e fotografias tiradas pelos Carabineiros (polícia militar) e pela PDI (polícia de investigações) quando esses profissionais que apóiam a luta se encontram em trabalho de defesa das causas mapuche.

Um bom momento para alianças

As repressões, criminalizações, militarizações das comunidades e os assassinatos de combatentes mapuche por parte da polícia é uma demonstração de força dos governos em exercício (tanto a ex Concertación e a Direita, como hoje em dia a Nueva Mayoría) na forte defesa de seus interesses empresariais. Buscar a aliança do povo mapuche com os milhares de trabalhadores, mulheres, estudantes e outros apoiadores que estão saindo às ruas para lutar contra as pensões de miséria é indispensável para a conquista do direito a auto-determinação nacional do povo mapuche.

Tradução do espanhol por: Cassius Vinicius




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