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OCUPAÇÃO DE ESCOLA | Estudantes ocupam Centro Paula Souza em São Paulo contra a máfia das merendas

Na tarde dessa quinta feira, estudantes das escolas técnicas de São Paulo ocuparam o prédio do Centro Paula Souza, autarquia responsável pela administração das ETECs, contra a máfia das merendas do governo Alckmin.

sexta-feira 29 de abril de 2016 | Edição do dia

A ocupação surgiu de um ato que, após cerca de três horas de concentração, saiu do MASP às 11h em direção à secretaria estadual de educação, na Praça da República, percorrendo a Av. Brigadeiro Luís Antônio, e, em seguida, ao Centro Paula Souza, por volta das 13h30. Houve paralisações em várias ETECs em função da construção do ato. Ao chegar, os estudantes instauraram uma assembleia, que deliberou os termos da negociação com a autarquia.

“A gente realmente já estava pensando em pular o portão, porque a gente sabia como era a dirigente daqui [do Centro Paula Souza], a Laura [Laganá], a gente sabia porque, em 2014, já teve uma luta da ETESP aqui; ela sempre prometia e afins. Estava sendo a mesma coisa hoje, de novo”, relata a estudante A., 16.

O Centro Paula Souza chegou a dizer que permitiria a entrada de cinco representantes dos estudantes, mas logo voltou atrás, temerosos da exigência dos estudantes de que a diretora superintendente conversasse com os estudantes do lado de fora do prédio. Frustrados com a enrolação dos burocratas do Centro, parte dos estudantes decidiu pular a grade do prédio. A polícia militar tentou reprimir a ação, mas a maioria dos estudantes conseguiu entrar no prédio; outra parte dispersou. Assim, por volta das 15h, a ocupação teve início.

Às 21h, os estudantes fizeram mais uma assembleia, agora dentro do prédio, que votou pela continuidade da ocupação. A polícia militar cercou o prédio, e a energia das tomadas foi cortada; há luz, mas não há como carregar a bateria dos telefones celulares. Mais cedo, uma estudante, L., 17, foi agredida com um soco no nariz por um segurança do Centro.

O receio da direção do Centro e a truculência da polícia mostram o medo de estourar mais uma forte luta de secundaristas, como no ano passado, em um senário politico ainda mais convulsivo e polarizado, após o golpe institucional. Nesse mesmo momento são mais de 70 escolas ocupadas no Rio de Janeiro, e paralisações e indicativo de greve na USP e Unicamp, o que coloca a necessidade de unificar as lutas por educação, que faça da juventude um sujeito político levantando a luta contra os cortes e o golpe institucional da direita.

Entrevistados por militantes da Faísca – Juventude Anticapitalista e Revolucionária, os estudantes pediram doações de comida e, principalmente, cobertores.




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