sexta-feira 15 de maio de 2015 | 00:00
Em assembleia, os estudantes de Ciências Sociais e História da Unicamp, decidiram paralisar as atividades ontem (14) junto aos funcionários da Universidade que reivindicam a isonomia salarial com as demais universidades paulistas e se encontram em negociação do índice de reajuste.
A paralisação foi também contra os já antigos cortes do governo federal na educação e os mais novos anúncios de Alckmin em São Paulo, que estipulam o repasse máximo de 9,14% do ICMS para investimento nas estaduais paulistas, ferindo a autonomia orçamentária das Universidades. A aprovação do PL4330 da terceirização também foi tema de protesto dos estudantes e funcionárias que defenderam a readmissão de uma trabalhadora terceirizada demitida depois de um acidente de trabalho.
Em protesto estudantes dizem: A terceirização acidenta e demite na Universidade
Na semana passada uma trabalhadora terceirizada que trabalha no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) foi demitida injustamente após se acidentar. Ela catava latinhas para completar a renda de cerca de R$700,00 mensais que recebe da empresa Centro, prestadora de serviço de limpeza para a Unicamp.
A terceirização que triplicou nos anos de governo do PT, atinge milhares de trabalhadores no país, os quais têm condições de trabalho e salário muito inferiores à média dos efetivos. A aprovação do PL4330 ampliará o horror da precarização do trabalho a níveis gigantescos. Contra o PL e a política generalizada de precarização do trabalho, os estudantes lutam pela efetivação dos terceirizados sem necessidade de concurso público, para que tenham mesmos salários e direitos que os efetivos.
Estudantes e funcionários do IFCH fizeram um importante ato na manhã da paralisação, que foi até a Centro. A trabalhadora demitida que não teve nem mesmo seu CAT aberto pela empresa, foi readmitida assim que as movimentações de funcionários e estudantes começaram, mas a luta para que não haja assedio e abusos da empresa, continua.
Mobilização estadual para barrar os ataques de Alckmin e Dilma e transformar a Universidade
Durante todo o dia de paralisação organizada pelo Centro Acadêmico de Ciências Hunas (CACH), os estudantes debateram como a precarização do trabalho combinada aos recentes cortes orçamentários expressam um projeto de Universidade que sucateia o ensino, a pesquisa e o trabalho dos funcionários em detrimento de ligações com empresas privadas como a Centro e outras que usufruem diretamente do dinheiro público para alavancar seus contratos obscuros e lucros milionários.
Somente uma forte mobilização independente dos trabalhadores e estudantes juntos, contra as políticas do governo federal e estadual que pactuam em favor dos cortes e ajustes, poderá fazer frente aos ataques e avançar na conquista de uma educação pública que garanta acesso radical à população jovem e trabalhadora, arrancando as cotas raciais e também a estatização das universidades privadas e o fim do vestibular.
Se os governos estão na ofensiva para que a juventude e os trabalhadores paguem pela crise que geraram, é tarefa do M.E antigovernista e combativo pensar as melhores propostas para emergir como uma terceira via junto aos trabalhadores, dialogando com os setores de fora da Universidade para responder aos grandes debates políticos nacionais.
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