quarta-feira 8 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
Durante várias noites seguidas têm acontecido protestos e enfrentamentos com a polícia na periferia norte de Paris, desatados pela violenta ação policial contra um jovem que foi golpeado e violentado por vários policiais enquanto era submetido a uma averiguação de identidade.
O fato aconteceu na tarde da última quinta-feira. “Os policiais chegaram e disseram: todos na parede”, explicou Théo, um jovem negro de 22 anos de idade, que acabava de encontrar com conhecidos do bairro. Théo relatou que os policiais o golpearam e um deles lhe introduziu pelo ânus um porrete extensível, que lhe provocou ferimentos.
Nessa segunda-feira, centenas de pessoas marcharam em Aulnay-Sous-Bois, em Seine-Saint-Denis, para exigir justiça para Théo. O jovem de 22 anos foi hospitalizado, submetido a uma cirurgia com uma lesão do esfíncter anal de dez centímetros de profundidade como consequência da violenta violação policial.
Seu testemunho dá calafrios: “Vi o que estava fazendo atrás de mim. O vi com seu bastão: ele me pressionou nas nádegas, intencionalmente. Depois me algemou e me disse: ‘Sente-se agora’. Lhe disse: ‘Não posso sentar, não sinto minhas nádegas’ (...) Na viatura, me golpearam, bateram nas partes íntimas”. Apenas quando viram que estava sangrando muito o levaram ao hospital.
A perseguição, as detenções arbitrárias e violentas são cada vez mais frequentes contra os jovens imigrantes dos bairros populares na França. Em 24 de julho passado, o jovem Adama Traore morreu depois de uma violenta detenção policial.
Ao menos 26 pessoas foram detidas na noite de segunda-feira, quando cinco veículos foram incendiados, assim como algumas lixeiras, nos enfrentamentos com a polícia. Os quatro policiais implicados argumentaram que se tratou de um “acidente”, algo tão insólito que ninguém pode crer, e isso não fez mais que aumentar a fúria diante desse tipo de ação policial.
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