×

METALÚRGICOS | Estaleiro Eisa fecha as portas, milhares na rua: roubaram a Petrobras, trabalhadores que pagam

terça-feira 15 de dezembro de 2015 | 00:00

Nesta segunda-feira milhares de metalúrgicos que trabalham no estaleiro EISA, na ilha do governador no Rio de Janeiro foram surpreendidos ao chegar no estaleiro e encontrar seus portões fechados. Os trabalhadores receberam uma carta comunicando sua demissão. Revoltados seguiram em ato até o aeroporto internacional, o Galeão, fechando a estrada de acesso ao mesmo. As demissões neste estaleiro, se somam aos 3,3 mil metalúrgicos mandados embora quando o estaleiro Mauá fechou suas portas.

Toda indústria naval brasileira, particularmente no Rio de Janeiro está sendo duramente golpeada pela crise da Petrobras. Os donos de estaleiros alegam não receber repasses da estatal, bem como terem dívidas da empresa Sete Brasil (de sondas, pareceria da Petrobras e do BTG Pactual do banqueiro Esteves preso na operação Lava Jato). Esta alegação de crise destoa do que muitos trabalhadores relatam, no sábado lançaram ao mar um navio neste mesmo estaleiro que fecha as portas hoje. Os recursos são usados para o enriquecimento dos donos dos estaleiros e sequer os direitos trabalhistas são honrados.

No mesmo dia, do outro lado da Baía de Guanabara, em Niterói, os trabalhadores demitidos do Mauá protestavam pelo pagamento de seus salários atrasados e décimo terceiro salário.

As direções dos sindicatos tanto do Rio como de Niterói se recusam a levar adiante qualquer luta séria em defesa dos empregos dos metalúrgicos. Tanto a CUT que dirige Niterói como a CTB no Rio limitam-se a atos de pressão para o pagamento dos direitos, sem questionar as demissões, sem denunciar o roubo que foi feito na Petrobras e que agora são os trabalhadores que pagam a conta. Fazem isto para blindar o governo que eles defendem. O sindicato do Rio, em meio a esta situação dramática para milhares de famílias destaca em seu site convocatória a “atos contra o golpe” e não oferece nenhuma orientação sobre como seguir a luta.

Este silêncio que aceita as demissões tem também sua contrapartida nas direções burocráticas dos sindicatos petroleiros que também não se movem contra as demissões de terceirizados e trabalhadores dos estaleiros, para defender o governo Dilma. Este é o cenário explícito na Federação Única dos Petroleiros (CUT) que dirige a maior parte dos sindicatos do país, mas também nos sindicatos minoritários da FNP, que fala contra as demissões mas não dá nenhum exemplo de unificação da luta de terceirizados e efetivos.

Sem contar os estaleiros, onde as demissões em todo o país passam de vinte mil, só em terceirizados diretos da Petrobras O Globo estimou em matéria publicada neste domingo, que 128 mil terceirizados foram mandados embora na estatal de junho 2014 até hoje. Espera-se agora em janeiro uma demissão em massa de terceirizados, com boatos correndo os corredores da estatal que todos setores deveriam mandar embora 40% dos terceirizados. Nada disto ganha uma linha nos boletins dos sindicatos, muito menos alguma ação.

É preciso um urgente movimento que passe por cima dos sindicatos governistas e burocráticos e os obriguem a colocar seus recursos a serviço de uma luta unificada de todos petroleiros efetivos e terceirizados e metalúrgicos dos estaleiros para a defesa dos empregos, lutando para incorporar os terceirizados a Petrobras e pela estatização sob controle dos trabalhadores de todos estaleiros que demitam. Os trabalhadores não podem pagar a conta da roubalheira que fizeram na Petrobras!

Foto de O Globo




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias