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DIA DOS PROFESSORES | Estados com mais mortes por covid-19 no Brasil retomam aulas presenciais em outubro

Sete dos dez estados com maior número de mortes por covid-19 já declararam retorno às aulas presenciais neste mês de outubro. As desigualdades entre ensino público e privado se aprofundam e escancaram e a comunidade escolar, os professores, profissionais da educação, alunos e suas famílias, não têm direito de definir o que avaliam ser melhor para o ensino e aprendizagem neste momento.

quinta-feira 15 de outubro de 2020 | Edição do dia

Neste dia dos professores, a educação em meio à pandemia e as voltas às aulas presenciais são temas de debate que envolvem interesses políticos e econômicos e que muitas vezes, os governos, no momento de tomarem medidas e decisões, não priorizam a segurança sanitária de profissionais e estudantes e não levam em conta a opinião da comunidade escolar e as diferenças territoriais e sociais entre as escolas.

É isso que faz com que sete dos dez estados com maior número de vítimas fatais da covid-19, estejam reabrindo escolas e retornando às atividades presenciais regulares neste mês de outubro. É o caso dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Paraná.

Ainda que o retorno aconteça de maneira gradual, escalonada e com restrições e critérios sanitários, muitos professores questionam esse retorno, ainda mais quando se observa o aumento das desigualdades entre ensino público e privado da educação básica neste período de pandemia.

As desigualdades educacionais no Brasil se aprofundaram bastante durante a crise sanitária e o novo coronavírus. Não somente no que diz respeito ao acesso virtual e remoto por parte dos estudantes, que é radicalmente distinto e que permitiu melhores condições para a continuidade do ensino-aprendizagem nas escolas particulares, mas também no que se refere às estruturas físicas das escolas.

Retornar com critérios de segurança contra o contágio da covid-19 requer estrutura que a rede pública não tem, devido o descaso histórico dos governos e a precarização constante da educação pública. Segundo Censo Escolar de 2019, mais de 10,5 mil escolas públicas no país não contam com água potável, pois a situação muitas vezes é de falta de água, sabonete, papel higiênico, energia elétrica. Como garantir a segurança no retorno presencial para a comunidade escolar da rede pública?

Veja mais:Não à reabertura das escolas! Por um plano emergencial imposto pelas comunidades escolares!

Nem sempre responder essa pergunta interessa aos governos, como se vê em diversos estados que têm autorizado retorno presencial. Neste 15 de outubro, dia dos professores é preciso de apoiar na força desta categoria que historicamente se coloca contra os ataques à educação, à população, contra o corte de direitos, categoria que defende o futuro das próximas gerações, a educação plena para todos, já que educação não é mercadoria. É preciso de apoiar na força e luta histórica dos professores para defender a vida acima dos lucros das empresas de ensino, a igualdade no acesso à educação, ainda mais neste momento crítico de pandemia.




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