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CORONAVÍRUS | Estados Unidos impede entrada de material sanitário em Cuba

Em meio à pandemia do coronavírus, o governo de Trump bloqueia compras e transporte de medicamentos e respiradores artificiais, entre outros insumos.

quarta-feira 15 de abril de 2020 | Edição do dia

O diretor de relações internacionais do Ministério da Saúde de Cuba denunciou na segunda-feira o bloqueio que os Estados Unidos está impondo na compra de insumos médicos após tomar o controle das empresas com as quais Cuba fazia negócios. Trata-se da fabricante suiça IMT Medical e a empresa Autronic, compradas recentemente pela empresa estadounidense Vyaire Medical, que expressaram sua incapacidade de seguir operando com Cuba após esta compra.

A decisão se dá nos marcos do bloqueio econômico que os Estados Unidos impôs à ilha em 1962 que sanciona as empresas que fazem operações com Cuba. Deste então, e após a queda do “bloco soviético”, os insumos básicos que não são produzidos pela ilha, ou produz em quantidades insuficientes, frequentemente tem que ser pré-pagos e com preços mais altos, já que as empresas querem se proteger de possíveis sanções dos Estados Unidos. Além disso, muitos produtos tem que ser adquiridos em países longíquos, pagando também maiores custos de transporte.

IMT Medical e Autronic informaram à empresa estatal cubana encarregada das importações de insumos sanitários que “lamentavelmente, a diretriz corporativa que temos hoje em dia é suspender toda a relação comercial com Medicuba; a única forma que temos de retomar nosso trabalho conjunto é por meio de uma licença da OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros) emitidas pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos”.

Historicamente, o bloqueio já provocou perdas avaliadas em mais de 100 bilhões de dólares para Cuba. Uma agressão praticamente sem paralelos no mundo e que ano após ano é denunciada na ONU. O organismo repudiou o bloqueio quinze vezes na sua Assembleia Geral, mas os diferentes governos estadounidenses as ignoraram sistematicamente. Após um breve relaxamento parcial durante a presidência de Obama, a chegada de Trump à asa Branca derivou a um novo endurecimento do bloqueio.

Hoje, com a pandemia do coronavírus, o bloqueio de insumos médicos é diretamente um ato criminoso. E não é a única ação criminosa cometida pelo governo Trump durante a pandemia.

No dia 12 de março, os Estados Unidos lançou vários foguetes, contra cinco alvos no sul do Iraque, provocando danos em um aeroporto civil e matando três soldados, dois policiais e um trabalhador iraquianos. Há meses, após o selvagem ataque a um comboio militar onde assassinou o líder das milícias iranianas no Iraque, Trump vem reforçando várias das suas bases militares no país, inclusive quando o governo iraquiano exigiu sua retirada.

Assim, o magnata norteamericano continua destinando recursos para suas agressões imperialistas, golpeando não apenas o povo iraquiano que já superou 1300 infectados e 70 mortos pelo Covid-19, mas seu próprio povo que já é o maior afetado pelo vírus com centenas de mortos diários e que precisa de um giro drástico de todos os recursos para lutar contra a pandemia.

Outros fatos ocorrem na Venezuela. Em meio à crise pelo coronavírus, Trump deu mais uma volta na torção da guerra econômica contra o país caribenho, forçando a petroleira russa Rosneft deixar de fazer negócios com a PDVSA. Estados Unidos já tinha confiscado a filial da estatal venezuelana no território estadounidense, Citgo, e porteriormente lhe impôs um bloqueio mandando que ninguém fizesse negócios com a PDVSA. Estas sanções, em si ilegítimas e ilegais, tentavam ser contornadas pela Venezuela por meio da Rosneft, para poder refinar seu petróleo e comprar gasolina. As novas medidas que tira a empresa russa do jogo agravam seriamente a escassez do combustível, o que faz prever uma deterioração da situação econômica do país, justamente em meio à pandemia.

As agressões imperialistas por meio de sanções, bloqueios e até ataques e ações militares ofensivas devem ser repudiadas, canceladas e devemos exigir que cessem imediatamente. A ação comum dos povos oprimidos pelos Estados Unidos, junto a seus irmãos e irmãs do povo estadounidense, é o caminho para impor isso à Trump e conseguir que os recursos da maior potência mundial sejam utilizados para as necessidades populares e não para garantir os interesses de um punhado de monopólios transnacionais.

Publicado originalmente noLa Izquierda Diario Argentina, integrante da Rede Internacional La Izquierda Diario, da qual o Esquerda Diário é parte.




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