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PALESTINA | Estado de Israel acusa ativista palestina Ahed Tamimi de cinco delitos

Um tribunal militar israelense leva adiante o caso, impedindo sua liberação. Um vídeo mostra Ahed esbofeteando e chutando dois soldados israelenses que atiraram no rosto de seu primo de 15 anos.

terça-feira 2 de janeiro de 2018 | Edição do dia

Um tribunal militar israelense pretende imputar pelo menos cinco acusações contra Ahed Tamimi para impedir sua liberação, após a difusão do vídeo em que se vê a ativista de 16 anos esbofeteando e chutando dois soldados israelenses na Cisjordânia.

Segundo o jornal Al Jazeera, o advogado da ativista, Gabi Laski, informou que, na audiência realizada nesta segunda-feira próximo à Ramallah, Ahed foi acusada de “agressão” contra um soldado israelense, de interferir nos deveres de um militar e de atirar pedras em duas ocasiões, além de “incitação”, pela postagem do vídeo nas redes sociais, e de “assalto”.

Ahed está sendo responsabilizada por fatos que não têm relação com o ocorrido no vídeo, o que mostra a perseguição política que o governo de Israel pretende impor contra ela, sua mãe, Nariman, e sua prima, Nour, de 20 anos, assim como à resistência palestina, que as colocou no centro de suas manifestações contra a ocupação.

As três mulheres estão detidas desde 19 de dezembro, quatro dias depois da difusão do vídeo que mostra a resistência dela e de sua família à ocupação militar, na frente de sua casa, em Nabi Saleh. Os fatos aconteceram assim que o exército disparou uma bala de borracha no rosto do primo de Ahed, de 15 anos, situação que levou o jovem a uma intervenção cirúrgica.

Desde 28 de dezembro, a família de Ahed enfrenta a detenção de mais uma mulher, Manal Tamimi, presa em uma manifestação na frente do centro de detenção Ofer, na qual se exigia a liberdade das detidas e de Munther Amira, outro ativista palestino recentemente preso. Segundo Laski, está garantida a liberação de Manal e Nour Tamimi, que não foram imputadas gravemente, ainda que os fiscais militares de Israel tenham tomado essa decisão a 02 de janeiro, podendo impedir as liberações.

A família Tamimi é conhecida na Palestina por seu ativismo contra a ocupação, e a mãe de Ahed já esteve presa em cinco ocasiões, mas, sendo esta a primeira prisão de Ahed, ela e sua mãe enfrentam a possibilidade de uma condenação maior.

Bassem, pai de Ahed, via poucas possibilidades de que sua filha e o resto da família pudessem sair da audiência livres e denunciou nos jornais locais que o caso está sendo legalmente fabricado para mantê-las encarceradas o maior tempo possível. O governo de Israel comumente imputa o delito de lançamento de pedras a menores de idade, mantendo-os detidos por até nove meses, mas, segundo grupos pela libertação dos presos políticos na Palestina, como Addameer, a lei militar pode punir um adulto pela mesma ação com até 20 anos de prisão, nos territórios ocupados.

Ahed Tamimi converteu-se, em todo o mundo, em um símbolo das manifestações pela libertação do povo palestino da ocupação do Estado sionista de Israel. As acusações contra ela e sua família buscam derrotar a moral da resistência palestina e intimidar os setores mais ativos das manifestações. É preciso estender por todos os países e embaixadas de Israel a exigência pela liberdade da família Tamimi.




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