Milhares de pessoas, em sua maioria mulheres e LGBTI de todas as idades, se mobilizaram nesta segunda-feira nas principais cidades do estado espanhol.
quarta-feira 16 de janeiro de 2019 | Edição do dia
O protesto foi contra o pacto do Governo na Andaluzia entre os partidos PP, Cs e Vox.
Há uma semana, o partido de extrema direita liderado por Santiago Abascal anunciou o acordo com o Partido Popular para governar Andaluzia. No momento, os alarmes do movimento de mulheres, do movimento LGBTI, do movimento antirracista e das organizações que lutam pelos direitos dos imigrantes, trabalhadoras e trabalhadores começam a soar.
Como parte dessa onda de repúdio contra o pacto da direita, ocorreram nesta segunda centenas de concentrações por todo o estado organizadas por numerosos coletivos de mulheres e feministas.
Así está sol. ¡Las mujeres sois lo mejor que tiene este país! 😍💜💪 #NiUnPasoAtrás pic.twitter.com/mtfkPOBy5E
— The CeяvantesFAQs (@CervantesFAQs) 15 de janeiro de 2019
A primeira ação das mulheres em 2019 prevê que este será novamente um ano em que o movimento de mulheres será protagonista.
Em Madrid, a concentração que se iniciou às 19 horas foi tão massiva que fez transbordar de pessoas a Porta do Sol contra o pacto do PP, Cs e Vox e em especial contra as medidas reacionárias que atacam os direitos das mulheres e LGBTI, propostas pelo partido de Abascal.
Milhares e milhares de pessoas gritando palavras de ordem como “PP, Cs e Vox: “españolitos” (partidos contrários à independência do estado da Catalunha), machistas e franquistas”. Os gritos de “No Pasarán” encheram o quilômetro 0 de força e determinação.
Ante el crecimiento de la extrema derecha #miles de #mujeres y #LGTBI en Madrid y todo el Estado bajo el grito ¡no pasarán! 💪#feminismo #antirracista #anticapitalista #15E pic.twitter.com/AhkP6lYgC2
— Pan y Rosas EEsp. (@PanyRosasEE) 15 de janeiro de 2019
A convocatória se converteu em um grande ato de denúncia contra a justiça patriarcal, os ataques machistas e contra a ameaça de ataque aos direitos conquistados. Uma resposta clara e sonora que se fazia sentir pelos gritos de “No Pasarán!”, “Ni una menos!” e “Las calles son nuestras”.
#Barcelona #15E Manifestació contra el pacte de PP, Cs i Vox de govern a Andalusia. Per un moviment feminista anticapitalista, antirraciste i de classe!! I als carrers!! #NoNegociamos #NiUnPasoAtrasEnIgualdad #NiUnaMenos #Vox pic.twitter.com/30kRxh97Qo
— Pan y Rosas EEsp. (@PanyRosasEE) 15 de janeiro de 2019
Em Barcelona, a concentração, que começou ao mesmo tempo, também foi enorme, deixando a praça Sant Jaume pequena, com mais de 4.000 pessoas.
No protesto da capital catalã foram erguidos vários cartazes contra partidos de direita e extrema direita e contra o sistema patriarcal a exemplo de "não é um caso isolado, mas sim o patriarcado" ou para defender os direitos das mulheres como "Nenhum passo atrás pelos direitos".
O dia dos protestos começou pela manhã, com as primeiras manifestações nas cidades da Andaluzia. Às 12 horas, milhares de pessoas manifestaram-se em Sevilla, às portas do Parlamento de Andaluzia, na sessão de posse de Juanma Moreno aos gritos de "Ni un paso atrás" e "No negociamos".
Pessoas de outras cidades andaluzas, como Granada e Málaga, também saíram às ruas para protestar contra o pacto do governo e em defesa dos direitos das mulheres.
El #15E las mujeres tomamos las calles para enfrentar a la extrema derecha y defender nuestros derechos. Por un mov de mujeres #antirracista, #anticapitalista y combativo!! #NoNegociamos #NiUnPasoAtrásEnIgualdad pic.twitter.com/00Rb1G9VIq
— Pan y Rosas EEsp. (@PanyRosasEE) 15 de janeiro de 2019
O mesmo ocorria no período da tarde em dezenas de cidades em todo o estado, como é o caso de Bilbao, Zaragoza, Valencia, Burgos, Valladolid, Palma de Mallorca ou Ibiza, entre muitas outras. Um dia que mais uma vez mobilizou o movimento feminista nas ruas em defesa dos direitos das mulheres e contra o pacto reacionário do governo de Andaluzia.
#Sevilla 💚💜 tiene un color especial 🌈 #NoNegociamos 🙌🏽#NiUnPasoAtrás #NuestrosDerechosNoSeNegocian
Gracias a toda esa gente guapa que se está movilizando hoy por todas partes #Feminismo o barbarie! pic.twitter.com/8qxh8DKKlq— 8M (@HuelgaFeminista) 15 de janeiro de 2019
O programa de medidas reacionárias, racistas, misóginas, LGTBIfóbicas, “españolistas” e repressivas do PP, Cs e Vox propõe expulsar maciçamente os imigrantes, fortalecer a xenofobia institucional, reprimir ainda mais o povo catalão, revogar a Lei Integral sobre Violência de Gênero, proibir o direito ao aborto em qualquer caso, promover a família tradicional e processar as mulheres que fazem queixas sobre a violência de gênero. Um programa “anti-direitos”, patriarcal, racista e capitalista para liquidar conquistas sociais de milhões de pessoas.
Mas frente a essa nova ameaça aos nossos direitos, devemos evitar cair na armadilha de escolher entre o "mal maior" e o "mal menor", como propõe o Podemos. Ao mesmo tempo que o governo "progressista" do PSOE diz defender os direitos das mulheres, age mantendo acordos com a Igreja, financiando-a com dinheiro público, ao invés de investir fundos para um plano profundo contra a os ataques machistas ou para implementar a educação sexual abrangente na educação pública. É o governo que defende o banco, enquanto milhares de mulheres ainda são despejadas de suas casas porque não podem pagar o aluguel.