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Esquerda Diário organiza encontros no Rio Grande do Sul neste fim de semana

Nos dias 1 e 2 de Abril vamos organizar encontros nas cidades de Caxias do Sul e Porto Alegre, respectivamente, a fim de debatermos a resistência aos ataques de Temer e demais governos sob uma perspectiva independente e anticapitalista. Diante da enorme disposição de luta da classe trabalhadora expressa no 15M, quais as tarefas que devemos nos colar? Quais os próximos passos? Sobre isso, alguns de nossos militantes se pronunciaram.

sexta-feira 31 de março de 2017 | Edição do dia

Os encontros, que ocorrerão em outros estados e podem ser vistos neste evento, são uma iniciativa do Esquerda Diário, da Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, do Movimento Nossa Classe, do grupo de mulheres Pão e Rosas e pelo MRT - Movimento Revolucionário de Trabalhadores. Para mais informações ou dúvidas, estamos a disposição pelo inbox do facebook do Esquerda Diário ou da Faísca e/ou pelo email [email protected].

- 1 de Abril - Sábado: Caxias do Sul, 14h00 - Rua Ernesto Alves, 2307.
- 2 de Abril - Domingo: Porto Alegre, 15h00 - no SIMPA (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre) - Rua João Alfredo, 61.

Adailson Rodoviário, liderança sindical da Trevo e do MRT: “motivos para lutar não faltam! Então o que falta para que os rodoviários de Porto Alegre e outras categorias se levantem de vez para barrar essa reforma da previdência, a reforma trabalhista a lei da terceirização e os ataques do Temer? Taí uma pergunta que me faço todos os dias. Nós no MRT, junto da gurizada da Faísca, tamo organizando esse encontro para pensarmos formas de avançar nessa luta que tá crescendo. Dia 15 de Março ficou claro como a população apoiou as paralisações dos trabalhadores, vide os aplausos no metrô de SP. Agora, domingo dia 26, os atos da direita foram um fiasco em todo o país! Justamente porque só o patrão apoia as medidas do Temer. A questão é que agora as centrais sindicais estão organizando um desvio da nossa luta visando a eleição de Lula em 2018. Até lá os ataques vão ter passado… precisamos organizar os trabalhadores para barrar os ataques agora e já! A ideia desse encontro é essa, reunir rodoviários, juventude, estudantes, trabalhadores de outras categorias, para debatermos o que fazer. No mês passado um setor da nossa categoria se juntou aos estudantes para fazer uma campanha contra o lucro dos empresários do transporte. Essa aliança pode fazer o movimento avançar e muito, assim como foi no próprio dia 15M, onde jovens estudantes dividiam as ruas ombro a ombro com os trabalhadores. Por isso convidamos a todos, estudantes e trabalhadores, para esse encontro.

Jones Gaio, professor da rede estadual do RS e da rede municipal de Caxias do Sul: “estamos vivenciando um período de profundos ataques ao conjunto da classe trabalhadora. Os parlamentares, à serviço dos grandes capitalistas que querem manter seus lucros, vão votar a retirada dos nossos direitos mais básicos. Sou professor do Estado e vejo um desanimo muito grande quando falo com meus colegas na escola. Mas o fato, é que se for aprovada a reforma da previdência, vamos morrer trabalhando. Por isso é preciso resistir e construir comitês de professores em cada escola, tomar os sindicatos que estão nas mãos dos burocratas da CUT/CTB que, ao invés de mobilizar e organizar a resistência, já estão pensando em eleger seus candidatos nas eleições de 2018. Os professores não têm alternativa a não ser a própria organização e mobilização! O momento é de luta pela defesa da educação pública!

Guilherme Kranz, da Faísca e estudante de sociais da UFRGS: “a juventude vem sendo a mais afetada pela crise. Em algumas cidades o desemprego chega a quase 30% entre 18 e 29 anos… muitos dos que conseguiram entrar na universidade sofrem com mensalidades muito caras ou jornadas de trabalho que impedem um estudo decente. Com os ataques, seremos também os mais prejudicados. Mas ao mesmo tempo a juventude vem protagonizando lutas importantíssimas desde Junho de 2013, mostrando que somos uma geração que não vamos deixar batido todos esses ataques. Aliados aos trabalhadores (e não à direita, como a direção da UNE e o PT fizeram durante anos) é que vamos conseguir avançar nessa luta contra os ataques do Temer e questionar mais profundamente a sociedade capitalista onde vivemos que só nos oferece miséria, violência, opressão e exploração.

Diego Nunes, professor da rede pública do RS e do Movimento Nossa Classe: “Se eu tivesse que responder com uma frase apenas à pergunta: por que é importante participar dos encontros de juventude e trabalhadores promovidos pelo MRT? Eu diria: simplesmente porque não podemos deixar na mão das direções sindicais e estudantis burocratas a construção da nossa mobilização. E somente uma grande greve geral poderá fazer Temer recuar e até retroceder em suas reformas que atacam diretamente o conjunto da classe trabalhadora. O dia 15 de Março mostrou a enorme disposição que os trabalhadores possuem para construir não apenas paralisações nacionais e grandes atos, mas uma verdadeira greve geral que “pare tudo”, como a população falava no dia. Precisamos sim continuar denunciando e exigindo que as grandes centrais sindicais cumpram com o seu papel e coloquem os trabalhadores e trabalhadoras nas ruas para barrar os ataques e impor que a crise seja paga pelos capitalistas. No entanto, as centrais se recusam a mobilizar de fato os trabalhadores, com um plano de ação com assembleias onde os trabalhadores possam se organizar, como vimos o silêncio absurdo na aprovação do PL da terceirização irrestrita… agora chamam greve geral apenas para o dia 28 de Abril, mas até lá talvez todas as reformas tenham passado! O objetivo dessas centrais desgastar Temer para eleger Lula em 2018 e não barrar de fato os ajustes e derrubar Temer. Todavia, precisamos também tomar a luta em nossas mãos com as forças que temos para levantar esta vontade de lutar que o dia 15 deixou claro, no sentido de impor aos dirigentes burocratas dos sindicatos e das centrais (CUT, CTB principalmente, mas outras menores que não se mexem também) uma greve geral em todo o país.




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