Desde Baltimore, Estados Unidos, correspondente do Esquerda Diário, narra a situação durante a manifestação do 1º de Maio, contra a violência racial decorrente do assassinato de Freddie Gray. Mais de 10.000 pessoas nas ruas.
Juan Cruz FerreLeft Voice, EUA
terça-feira 5 de maio de 2015 | 00:00
Boa tarde. Juan Cruz Ferre, correspondente do Esquerda Diário em Baltimore.
Estamos na manifestação do 1º de Maio exigindo justiça pelo assassinato de Freddie Gray nas mãos de seis policiais que causaram lesões a sua coluna vertebral e o deixaram no hospital onde morreu uma semana depois. Esta é uma das maiores manifestações que já aconteceram na história de Baltimore seguramente. Tem mais de 10.000 pessoas na rua, predominantemente jovens, se nota na multidão que a grande maioria tem entre 15 e 40 anos. Tem grupos anarquistas, grupos de Esquerda, partidos políticos, grupos comunitários, muitos estudantes. A trajeto é totalmente aleatório. Houve 5 diferentes convocatórias que se convergiram na praça que é onde aconteceram as mobilizações e a ocupação do espaço público durante o movimento Occupy, ela seguiu até a prefeitura e depois tomou um rumo totalmente espontâneo.
Agora estamos entrando ao bairro de Sandtown, que foi onde Freddie foi abordado. Tem 5 helicópteros da polícia dando voltas, a cidade está militarizada, a prefeitura impôs um estado de emergência e um toque de recolher a partir das 22h. Mas apesar disso o ambiente é de muita energia. A juventude, os estudantes, estão todos na rua exigindo justiça. Hoje houve uma declaração do advogado do Estado de Maryland de que iam processar os 6 policiais envolvidos no assassinato de Freddie, mas isso não acalmou as águas e como vemos as pessoas estão nas ruas lutando por justiça e contra a discriminação racial que se vive em todos os níveis nos Estados Unidos.
Correspondente para Esquerda Diário, Juan Cruz Ferre, desde Baltimore.
Transcrição: Cristina Santos
