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Podcast Espectro do Comunismo | Espectro do comunismo: eleições no Chile e polarização social pós-Rebelião

No episódio do podcast Espectro do Comunismo é debatido o cenário pós-Rebelião de 2019 no Chile, dando destaque para a polarização que se apresenta no segundo turno das eleições presidenciais entre José Antonio Kast de extrema-direita e Gabriel Boric de centro-esquerda, além de analisar qual programa e métodos são necessários no enfrentamento da extrema-direita. Também é ressaltado os 80.000 votos do Partido dos Trabalhadores Revolucionários, o PTR, que mesmo com um giro à direita no cenário político, recebeu uma quantidade de votos expressiva.

sábado 4 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Neste episódio do podcast Espectro do Comunismo, André Barbieri, doutorando em ciências sociais, e Pablo Torres, editor do La Izquierda Diario Chile e dirigente do Partido dos Trabalhadores Revolucionários, o partido irmão do MRT no Chile, apresentam o cenário do segundo turno das eleições presidenciais chilenas.

O primeiro turno das eleições presidenciais, marcado por uma grande abstenção, expressou um giro à direita no cenário político chileno, com José Antonio Kast de extrema-direita em primeiro lugar, o neoliberal “anti-política” Franco Parisi em terceiro, e Sichel, o candidato de Piñera, em quarto, com a somatória dos 3 candidatos direitistas ultrapassando os 50%. Entretanto, esse cenário mais à direita está marcado por grande polarização social, com setores importantes dos trabalhadores e do movimentos de massas se organizando para enfrentar a extrema direita, mesmo sem confiar no reformista Boric, que cada vez mais adota um discurso de ordem burguesa para conseguir os votos do centro.

Como se passou de uma rebelião que contestou toda a herança do pinochetismo no Chile em 2019 para um cenário à direita nas eleições em 2021? São algumas das respostas que André e Pablo tentam dar ao analisar o papel cumprido pela Frente Ampla de Gabriel Boric e do Partido Comunista Chileno de canalizar a revolta institucionalmente através da constituinte pactuada e do Acordo pela Paz de Piñera, o que permitiu à burguesia dar uma resposta parcial às tendências abertas pela rebelião de 2019. A política da Frente Ampla com os stalinistas do PC abriu caminho à direita, e é incapaz de enfrentá-la, o que exige uma esquerda socialista e revolucionária no Chile.

Ao mesmo tempo, o enfraquecimento das coalizões tradicionais foi uma das tendências das eleições, marcada pelo relativo fracasso do candidato de Piñera e também do candidato da Concertación, a coligação entre o Partido Socialista (que de socialista não tem nada) e a Democracia Cristã, com os respectivos quarto e quinto lugar.

Em meio ao sucesso da direita, uma das ressalvas é o Partido dos Trabalhadores Revolucionários que conseguiu mais de 80.000 votos, mostrando os limites e contradições do cenário político à direita. O PTR obteve um resultado importante particularmente em Antofagasta, o centro do proletariado mineiro no Chile. Apesar de não ter conseguido eleger um deputado, a votação expressiva do PTR mostra a consciência de um setor que vê na mobilização classista e na auto-organização o caminho para enfrentar a extrema-direita. Para saber mais, confira o podcast na íntegra:




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