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Podcast Espectro do Comunismo | Espectro do Comunismo: Entenda a guerra na Ucrânia

Neste episódio do Podcast Espectro do Comunismo, André Barbieri, doutorando em Ciências Sociais na UFRN e debatedor do Podcast, e Philippe Alcoy, editor do Révolution Permanente, portal francês que é parte da rede internacional do Esquerda Diário, ajudam a compreender o conflito na Ucrânia, desde suas origens até a atualidade, perpassando pelos interesses reacionários tanto da Rússia ao invadir a Ucrânia e buscar exercer sua influência, quanto da OTAN e do Imperialismo Ocidental que busca submeter a Ucrânia aos interesses do FMI e das grandes potências.

quinta-feira 3 de março de 2022 | Edição do dia

Ao longo do episódio, uma série de eixos é discutida por André Barbieri e Philippe Alcoy: o direito à autodeterminação, os interesses da Rússia e da OTAN na Ucrânia, a presença de grupos de extrema-direita em territórios russos e ucrânianos, a debilidade das posições da esquerda brasileira e, por fim, qual a alternativa que pode responder de fundo ao conflito.

A autodeterminação foi uma das políticas dos bolcheviques que ajudam a explicar o êxito da revolução: depois de séculos de opressão das diversas nacionalidades pelo Czarismo, revolucionários como Lênin e Trótski defenderam o direito à autodeterminação dos povos. Mas não uma autodeterminação vaga, que acabaria se submetendo aos interesses dos nacionalismos e do Imperialismo, e sim a autodeterminação dentro dos marcos da formação de um Estado Operário, que se desenvolveria sobre essas mesmas bases. A opressão, por um lado, pelo Czarismo e, futuramente, pelo Stalinismo, levaram à formação de nacionalismos reacionários na Ucrânia que buscam responder à opressão russa com a submissão ao Imperialismo ocidental: é impossível a autodeterminação e a soberania da Ucrânia nos marcos do capitalismo, ficando sempre submetida a Rússia ou a OTAN.

Confira a declaração da Fração Trotskista pela Quarta Internacional sobre a guerra na Ucrânia: Não à guerra! Fora as tropas russas da Ucrânia! Fora OTAN da Europa Oriental! Não ao rearmamento imperialista! Pela unidade da classe trabalhadora internacional! Por uma política independente na Ucrânia para enfrentar a ocupação russa e a dominação imperialista!

Ao longo do conflito que vêm se desenvolvendo, diferentes setores da Esquerda vêm analisando “geopoliticamente” sem levar em conta o eixo essencial do conflito: a luta de classes. Por um lado, para se opor ao Imperialismo ocidental e à OTAN, os stalinistas reivindicam a política reacionária de Putin, um autocrata que ataca o direito dos trabalhadores, das mulheres, dos LGBT’s, que apoiou regimes reacionários e a repressão de mobilizações populares na Bielorússia e no Cazaquistão. Por outro, parte da esquerda reivindica o papel da OTAN que busca submeter a Ucrânia aos seus interesses (além de golpear a Rússia), ignorando o papel intrinsecamente imperialista dessa instituição. Mais que isso, ignoram ou reivindicam o rearmamento das grandes potências imperialistas como vêm se dando na Alemanha e as sanções financeiras feitas pelas potências que serão pagas pela classe trabalhadora russa. O campismo segue fazendo parte da análise de correntes que buscam escolher o lado mais progressista do conflito entre dois bandos reacionários: é necessário uma política independente na Ucrânia para enfrentar a ocupação russa e a dominação imperialista.

Para acompanhar as discussões, confira o episódio na íntegra:




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