A escultura foi colocada em frente a Bolsa de Valores, no centro de SP, mesmo local no qual o touro da B3 estava, até ser retirado pela prefeitura após multa por falta de licença. A obra é da artista Márcia Pinheiro, e em contraposição à escultura anterior, é um protesto contra a fome e a cafonice dos apoiadores do touro inspirado no de Wall Street.
quinta-feira 9 de dezembro de 2021 | Edição do dia
IMAGEM: Celso Tavares/g1
A Vaca Magra foi instalada na manhã desta quinta-feira (9). A obra, da artista cearense Márcia Pinheiro, faz parte de uma intervenção de cunho social. Márcia em suas redes sociais postou uma foto com os dizeres: "É hoje. Chegando".
O projeto, chamado "vacas magras", já foi realizado em outras cidades, como Fortaleza, onde a escultura, pintada de branco, foi colocada em frente à sede da Secretaria de Educação do Ceará.
O touro de ouro, durante o período em que ficou no local, recebeu vários protestos de diferentes grupos contra a fome e a desigualdade social. Após a retirada, a Subprefeitura da Sé multou em R$ 38 mil a empresa DMAIS Arquitetura e Construção, responsável pela implantação do touro.
O Brasil de Bolsonaro, diferentemente do que acreditam e retratam os entusiastas da Bovespa, é o Brasil da fome e da precarização. Segundo dados recentes divulgados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 19 milhões de pessoas estão passando fome e 55% das famílias estão em situação de insegurança alimentar, ou seja, quase 120 milhões de pessoas.
Em entrevista à CNN, Sandra Chaves, vice-coordenadora da Rede Penssan, disse em relação à fome que “Nunca passamos por uma situação tão séria”.
O Brasil de Bolsonaro é o Brasil do botijão de gás a R$ 120, o quilo do arroz e do feijão a R$ 9, a carne com preço estratosférico, sem falar da gasolina, que em muitos lugares já passa dos R$ 7 o litro. Estes preços absurdos criam cenas grotescas, como a da fila do osso e fila do lixo, no qual se escancara toda a miséria que Bolsonaro, mas também congresso e câmara, STF e militares reservam para a classe trabalhadora.
