Luiza RomãoAtriz, poetisa. São Paulo.
sábado 11 de abril de 2015 | 16:17
Eram tempo de ódio
e ferrugem antiga
de muito grito
e pouca voz
tempo de ritalina
amnésia e aspirina
eram tempos de roleta russa
e guerra fria requentada
como se miami fosse terra prometida
e cuba, a praga infestada
eram tempos repetidos
história como farsa
história como força
história como falsa
história como forca
estouro com foice e faca
e continua nessa jornada
enquanto falar não seja denúncia
nem triunfo da barbárie
entenda:
sua panela de teflon não conhece a fome
seu milagre faz crescer o bolo
mas não multiplica os pães
de que adianta ir pra rua,
se você não sai de casa?
que venham os touros furiosos
continuarei erguendo
minha bandeira vermelha
porque meu sangue é rubro
e não azul
(muito menos amarelo)
se pinta sua cara de verde
na mão, carrego martelo
mais que tomar partido
é tomar coragem
de enfrentar a cruz e a bala
da sua bancada milionária
se for preciso teremos guerra
ressuscitaremos marighella
mas sua ditadura
não aceito como remédio