OPINIÃO | Então é Natal... para os patrões

Michel Temer diz estar aproveitando sua impopularidade para ser impopular mesmo. Seria mais cabível dizer que está aproveitando seu golpismo pra ser golpista mesmo. E com um sorriso insuportável no rosto vem nos falar de presentes de Natal. Ele sorri porque sua mesa vai estar farta e sua família vai receber presentes mil.

Enquanto isso o presente para a grande maioria da população é uma cruel reforma da previdência e uma série de medidas pra atacar as leis trabalhistas e destruir a CLT. A cada dia um novo anúncio, que a mídia oficial tenta vender como "mini-reforma" ou abertamente comemora como a nojenta apresentação de William Waack no Jornal da Globo de ontem. Parcelamento das férias, jornada de trabalho intermitente, jornada de trabalho por hora, redução da jornada com redução salarial, banco de horas, facilitação nas demissões, esse é o pacotão natalino de Temer e os golpistas, enquanto tudo isso acontece o governo anuncia isenção de dívidas das grandes empresas da telecomunicação e bilhões da União, isso sim é um presentão pros empresários. Tudo pra agradar empresários e patrões, que há muito tempo queriam fazer um enorme ataque à classe trabalhadora pra que sejamos nós a pagar por estar crise, por isso organizaram o golpe institucional.

O PT abriu espaço pra esta direita, com todos seus acordões, e agora mantém uma verdadeira trégua diante deste ataque histórico aos nossos direitos. Porque a CUT e a CTB não estão fazendo um verdadeiro escândalo diante da destruição da CLT? Precisamos mais do que nunca de uma forte luta nacional paralisando as fábricas e locais de trabalho pra enfrentar estas reformas e exigir o não pagamento ou parcelamento dos salários dos trabalhadores no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Eles, os políticos tradicionais, os patrões, os grandes empresários, as famílias ricas, todos eles fazem parte de uma classe de parasitas cheia de privilégios que só pensa na sua sede de lucro em base a nosso sangue e suor.

Já está mais do que claro que se não levantarmos a cabeça firmemente, ao lado da juventude que ocupou escolas e universidades, estes ataques vão passar. É preciso organizar a nossa luta, rechaçando o Natal de miséria que impõe à população pobre e a classe trabalhadora. Vamos impedir a destruição da CLT e dos nossos direitos, e vamos lutar pra mudar as regras do jogo, impondo com nossa luta uma nova constituinte livre e soberana.