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PROFESSORES SP | Enquanto as direções das escolas atacam, burocracia sindical (chapa 1) na zona norte está preocupada em eleger conselheiros tutelares na prefeitura

sexta-feira 13 de novembro de 2015 | 00:07

Surgiram na região da Zona Norte de São Paulo inúmeras denúncias de assédio moral contra professores que participaram da última greve. Após 5 meses do término da greve, muitos professores estão encontrando dificuldades, por parte da direção da escola, de repor as aulas que não foram ministradas em função da greve. Alguns diretores têm se aproveitado da situação para abrir processos por abandono de cargo contra professores que que lutaram por melhores condições de trabalho e salário, como está ocorrendo numa escola da Zona Norte que pertence à Diretoria de Ensino Centro, com cinco professores correndo o risco de perderem seu emprego.

O primeiro culpado desta situação é o governador do Estado de São Paulo que desrespeita o direito constitucional de greve. Além da prática ilegal tradicional do corte de ponto, Geraldo Alckmin procurou furar a greve colocando professores substitutos na aula de professores grevistas. Isso dificultou que os professores pudessem repor suas aulas, visto terem sido ministradas por outro professor que não aderiu à greve. Não houve atenção pedagógica nesse momento, professor de matemática “ensinava” sociologia, cópias foram consideradas aulas dadas ou alunos o dia todo assistindo filmes ou praticando esportes. O governo considerou que tais aulas foram repostas!

O mesmo governo que desrespeita o direito de greve mantém uma estrutura antidemocrática nas escolas, estrutura esta que está a serviço de implementar a sua política de sucateamento da educação. Muitos dos cargos de direção das escolas são nomeados pelos dirigentes de ensino. Fica claro que não é qualquer um que é escolhido para ocupar estes cargos, mas quem tem o perfil que solicita o governo.

O segundo culpado desta situação são os diretores das escolas que buscam manter seus privilégios, oferecidos pelo governo do PSDB, e adotam postura autoritária contra os professores. Os diretores que estão perseguindo os professores por conta da greve cumprem um papel fundamental em defesa da reestruturação de Alckmin e outros ataques, pois quando adotam estas medidas repressivas contra os docentes dão o aval para o governo implementar as medidas de sucateamento da educação e sinalizam que não vão permitir que os professores se organizem.

Por sua vez a direção majoritária da APEOESP também tem responsabilidade quando o governo tem práticas de assédio moral e perseguição política aberta contra os professores da rede. Além de ter um histórico de desmoralizar a categoria organizando suas derrotas, a chapa 1 também tem um histórico de abandonar os lutadores a sua própria sorte como já demonstrou a greve de 2000.

A Articulação Sindical e o PCdoB que estão encastelados na direção do sindicato há mais de 20 anos, não vivem como um professor da rede. Esta burocracia que não sabe mais o que é pisar na sala de aula, tem inúmeros privilégios, e essa diferença material da burocracia sindical com sua base faz com que ela ignore os casos dos professores perseguidos politicamente.

A chapa 1 ligada a CUT e CTB foi a principal responsável da derrota da nossa greve ao não preparar a categoria para a grande batalha, haja visto os valores insignificantes de fundo de greve, por exemplo, os R$ 10 mil da Subsede Norte. Mesmo sabendo das dificuldades que a categoria enfrentaria para poder repor as aulas, a chapa 1 também não preparou os professores para o fim da greve. O único ato chamado pela APEOESP para discutir o tema da reposição (20/08), foi uma manobra da Chapa 1 (CUT) com o objetivo de fazer uma concentração da APEOESP para um ato em defesa do governo federal.

Uma prova de que a burocracia não defende os professores ocorreu em 05/11, em reunião da Subsede Norte sobre a reorganização que o governo estadual do PSDB quer implementar. Foi levantado pela corrente Professores pela Base a necessidade de realizarmos uma forte campanha em defesa dos professores que estão sofrendo processo por fazerem greve, mas a direção da Subsede (ligada a Articulação Sindical) sequer colocou em votação a proposta, alegando que isto era um assunto para ser discutido depois.

Isto mostra que o interesse da Chapa 1 não é defender os professores, pois fazem parte do PT e, portanto defendem os interesses do governo federal, que está a serviço dos grandes empresários. Em vez de organizar um plano de luta contra o assédio moral, mas também contra a reorganização das escolas, a reunião da Subsede foi um palanque para alimentar ilusões em instituições ligadas a prefeitura do Haddad que não aportaram e não vão aportar em nada na nossa luta. Trata-se do mesmo partido de Aluísio Mercadante, que declarou apoio à reestruturação promovida por Alckmin.

No próximo final de semana haverá eleições para conselheiro tutelar na cidade de São Paulo. A burocracia sindical petista realizou esta reunião para ceder espaço para o conselho tutelar desta cidade, porque seus candidatos precisam do aparato para poder se sustentar enquanto burocracia, por isso colocaram todo peso do conselho tutelar na última reunião da Subsede, que deveria preparar os professores e comunidade contra a reorganização. Sabemos que Haddad pertence ao mesmo partido que está na linha de frente para aplicar o ajuste fiscal e não vai colocar os conselhos tutelares a serviço dos trabalhadores e da juventude, mas que será mais um aparato da prefeitura para dominá-los.

Para nós, a corrente Professores pela Base, defender os professores das perseguições políticas e do assédio moral do governo e das direções faz parte de forjar uma nova tradição dentro da categoria. Para isso defender os professores que sofrem perseguição e assédio nas escolas da Zona Norte, mas também em todas as escolas da rede estadual é um primeiro e importante passo e nunca poderia ser deixado para depois.




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