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ARGENTINA | Enorme mobilização estudantil se levanta na Argentina contra os ataques de Macri à educação e o FMI

O panorama de ataques de Macri e do FMI contam com o não cumprimento do orçamento previsto para a educação, um corte de cerca de 1 bilhão de pesos (moeda da Argentina) e outro de 3 bilhões anunciado pelo Conselho Intra-universitário Nacional (CIN), ajuste no salário dos professores universitários sem cobrir a inflação, sem contar o orçamento afetado pela inflação e pela desvalorização do dólar e os chamados tarifaços. Esse não cumprimento do orçamento para a educação afeta ano após ano cada vez mais a situação das universidades públicas na Argentina, existem registros de cortes de 700 milhões de pesos todos os anos.

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

quinta-feira 30 de agosto de 2018 | Edição do dia

Só que Macri não esperava que estudantes e professores se levantassem contra ele e o FMI. As mobilizações começaram há três semanas e tem ganhado força, reflexo direto da enorme maré verde que tomou as ruas pela legalização do aborto se enfrentando com o senado e a igreja e levantando fortemente a pauta pela separação da igreja do Estado. As aulas do segundo semestre começaram nas ruas, encabeçada pela greve de professores em defesa da educação publica.

Córdoba contou com manifestações de 20 mil nas ruas e com a ocupação de uma ala da Universidade, os estudantes da Universidade Nacional de Jujuy se preparam para o dia de mobilização (que ocorre hoje 30/08) em assembléia de 1500 (cogitando a ocupação de seus prédios). A Universidade Nacional de La Plata também contou com assembléia de milhares e a de Río Curto, com centenas.

Um chamado que norteia a mobilização, além da exigência do reajuste imediato do salário dos professores, é o não pagamento da dívida pública, que Macri fechou com o FMI. Essa sangria que, aqui no Brasil, paga 1 trilhão com dinheiro dos nossos impostos, arrochos salariais e congelamento e cortes de direitos básicos, como saúde e educação, também existe na Argentina. Enquanto banqueiros e empresários estrangeiros recebem o dinheiro da dívida, quem paga a conta são as universidades argentinas.

De fato, em um dos lados da força se encontram Macri e o FMI, do outro estudantes e docentes em defesa da educação pública. De um lado, os dinossauros do aborto clandestino, do outro, a força da mobilização argentina. Assim como no Brasil, que nossos inimigos golpistas querem começar a implementar a estreita e privatizadora Reforma do Ensino Médio, congelam 20 anos de verba para a educação e saúde.

Essa inspiração argentina serve para que sejamos todos uma voz anticapitalista nessas eleições manipuladas pelo Judiciário, que querem escolher a dedo o próximo presidente sequestrando do povo o direito de decidir em quem votar, com a prisão arbitrária de Lula, clara continuidade do golpe institucional de 2016.

Contra Alckmin, que disse que educação é prioridade no debate da Band, nós professores que sabemos muito bem quais os planos dele para a educação, como há anos tem mostrado no governo de SP. Foi ele mesmo que disse que os professores tem que trabalhar por amor ao diminuir nossos salários, que fechou várias escolas e se enfrentou com as ocupações secundaristas que questionavam suas atitudes e a reforma do ensino médio. Foi ele que racionou merenda, serviu merenda mofada e estragada ou merenda seca (bolachas ao invés de alimentos mais nutritivos) além de apoiar o projeto de João Dória de servir ração para as crianças (farinatta).

Os estudantes argentinos dão a lição de como se enfrentar com os ataques que o imperialismo direciona aos países latino americanos. E a resposta só pode ser dada nas ruas com os métodos da classe trabalhadora aliada aos estudantes! Vemos dia a dia nossas vidas reduzidas à miséria para manter os lucros dos patrões e seguir fielmente pagando a fraudulenta divida publica. Usemos a luta na Argentina como inspiração, para que sejam os capitalistas a pagar pela crise que eles mesmos criaram, contra as reformas e a PEC do teto dos gastos, contra a degradação do regime que se expressa com mais força ainda nessas eleições manipuladas. Eles querem descarregar a crise nas nossas costas, mas não cansamos de dizer que sejam eles a pagar pela crise, por que nossas vidas valem mais que seus lucros!




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