×

Trabalhadores | Encontro do Esquerda Diário Campinas reuniu lutadores de várias categorias da região

Dezenas de trabalhadores de diferentes categorias participaram do Encontro do Esquerda Diário Campinas. É urgente organizar a nossa classe desde a base, de forma independente, contra os ataques dos governos e dos patrões. Faça parte você também da Comunidade do Esquerda Diário!

quarta-feira 10 de novembro de 2021 | Edição do dia

Foto: Mensagem de um jovem metalúrgico durante o encontro.

No dia 30 de outubro trabalhadores de diferentes categorias, tais como, servidores públicos federais, estaduais e municipais e trabalhadores da construção civil (MRV) queprotagonizaram uma importante greve na cidade de Campinas, participaram do Encontro do Esquerda Diário na cidade de Campinas (SP). O objetivo foi a partir da análise da conjuntura do regime político do golpe institucional, que gestou figuras execráveis como Bolsonaro, e das recentes experiências de luta da nossa classe debater a importância da organização política dos trabalhadores e da construção de uma saída independente que se enfrente com os ataques de conjunto dos governos e dos patrões.

O debate contou com saudações internacionais que podem ser vistas aqui, do companheiro Alejandro Vilca, gari indígena e militante do PTS, organização irmã do MRT na Argentina contando sua experiência também na Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, e de Mike, médico militante do Left Voice, portal da Rede Internacional Esquerda Diário nos Estados Unidos, contando sobre a onda de greves que toma o país.

Também saudou o encontro a professora de Minas Gerais, Flávia Valle. Flávia, militante do Nossa Classe Educação e do MRT, foi parte ativa da solidariedade à greve dos trabalhadores da MRV em Campinas. Seu vídeo publicado pelo Esquerda Diário em frente a futura arena MRV em denúncia aos absurdos de Rubens Menin, proprietário da MRV acusado de trabalho análogo a escravidão nos canteiros de obra, viralizou entre os trabalhadores e enfureceu a patronal como citado na negociação.

Veja também: 10 pontos que explicam o crescimento da Frente de Esquerda argentina na vanguarda dos trabalhadores e da juventude

A mesa de debate foi iniciada por Marcello Pablito, trabalhador da manutenção da USP e dirigente nacional do MRT, que partiu da lamentável carestia de vida da classe trabalhadora e como isso é obra do aprofundamento do regime político do golpe que quer a qualquer custo descarregar a crise capitalista nas costas dos trabalhadores.
Pablito exemplificou como o governo Bolsonaro e Mourão junto a todas as instituições o regime, têm tentado impor uma realidade de miséria, de miséria capitalista, profunda na vida dos trabalhadores e da população pobre, com fila do osso, corridas para pegar comida do lixo, um salário cada vez mais corroído pela inflação e o aumento dos itens mais básicos do dia-a-dia, incluindo os alimentos, enquanto o agronegócio segue batendo recordes de lucros, trabalho precário, medo do desemprego e uma longa lista de ataques, que governo Congresso e STF continuam planejando, com a participação ativa e não menos importante dos governadores e prefeitos, entre eles, os que querem se colocar hipocritamente como alternativa nas próximas eleições.

Frente a essa situação nacional, em que veio se consolidando o regime do golpe, Pablito relembrou que este que foi pavimentado pelo Partido dos Trabalhadores em nome de sua governabilidade e que agora, mesmo diante de todo cenário de miséria imposto por Bolsonaro e sua corja de militares e pela direita, segue apostando na via parlamentar - eleições 2022 - como saída para os trabalhadores. Fato que fica estampado na paralisia da CUT e da CTB que dirigem a maior parte dos sindicatos da classe trabalhadora do país e seguem sem organizar suas bases, sem unificar as lutas que surgem e sem impulsionar a auto-organização dos trabalhadores.

Sabemos que não será por via eleitoral que encontraremos uma saída de fundo para toda a crise capitalista e miséria que governos como de Bolsonaro, Mourão e Doria impõe para nossa classe e para a juventude. Apenas através da mobilização dos trabalhadores em unidade com a juventude, com os negros, com as mulheres, a partir dos seus próprios métodos de luta é que conquistaremos uma vida plena de sentido e de direitos.

Andreia Pires, trabalhadora da limpeza e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas, trouxe sua experiência de vida e toda a fortaleza que existe quando as mulheres resolvem se levantar contra cada expressão de exploração e opressão que os patrões tentam impor em suas vidas. Ressaltou a importância da organização política das mulheres não somente para combater o machismo, mas também para o fortalecimento das lutas dos trabalhadores.

Andreia ressaltou que a história é feita por pessoas como nós, que trabalham todos os dias em várias categorias, lutam para arrancar seus direitos, e que podem, se organizadas, transformar toda essa sociedade que hoje é organizada na exploração e precarização de milhões para que alguns possam continuar sua vida de regalias, seus privilégios e com a sempre crescente sede de lucros. Ela ressaltou que se hoje são eles os que detém o poder, com a unificação de nossas fileiras, unindo nossas categorias em luta, homens e mulheres, brancos e negros, efetivos e terceirizados, o trabalhadores podem colocar esse sistema de miséria abaixo.

Também contamos com a participação de Flávia Telles, professora da rede pública do estado de São Paulo e militante do Nossa Classe Educação, que debateu os ataques à educação e a situação dos professores, que hoje enfrentam não só a precarização do seu trabalho, mas se deparam frontalmente com a falta de perspectiva que os capitalistas e os governos querem impor à juventude e as crianças. A situação de miséria que invade as casas país afora, invade também as salas de aula, e cada dia mais fica colocado aos professores batalhar não só por uma escola e educação de qualidade, pública e diversa, mas também se organizar com toda a comunidade escolar e outros trabalhadores para ser parte de subverter essa realidade.

A professora também resgatou as recentes batalhas do Esquerda Diário na cidade de Campinas e colocou à disposição o diário para que continue sendo um meio de fazer a voz dos trabalhadores serem ouvidas, sendo uma fator nas suas lutas e colocando a luta de classes nas mãos de mulheres, negros, jovens, LGBT e trabalhadores de Campinas e região. Flávia fez um histórico de lutas importantes na cidade, desde o ascenso operário com a ocupação da fábrica da Mercedes, passando por diversas greves em que fizemos parte como trabalhadores, estudantes e com o Esquerda Diário, como greve dos professores, dos Correios, luta contra os governos, ocupação da Mabe, atos contra o Escola sem Partido, greve dos trabalhadores da Unicamp, atos contra Bolsonaro, até a recente e forte greve dos trabalhadores da MRV, exemplo para diversas outras categorias.

Flávia também colocou a necessidade de construção, por todos os setores à esquerda do PT, de um polo socialista e revolucionário para enfrentar de forma independente, o reacionário governo Bolsonaro-Mourão e todo esse regime degradado, e que se proponha a organizar e coordenar as forças anti-burocráticas para impulsionar a resistência aos ataques anti-operários e anti-populares e em apoio às lutas em curso. Parte dessa tarefa, é exigir a partir dos nossos locais de trabalho, que as centrais sindicais como a CUT e CTB rompam sua paralisia e a política criminosa de desviar nossas forças para as eleições de 2022 e avancem para um plano de luta efetivos, onde também seja possível para os trabalhadores apresentarem um programa operário de resposta às crises.

Uma das trabalhadoras presentes no Encontro, expressou que foi uma injeção de ânimo quando os estudantes da Unicamp chegaram ao canteiro cantando “Trabalhador pode lutar, os estudantes estão aqui pra te apoiar”, mostrando na prática o papel explosivo que pode ter a aliança operária-estudantil. Já outro trabalhador da MRV, destacou a importância de seguir em luta enquanto existir esse sistema de exploração e opressão, e chamou a todos a seguirem organizados, unificando nossas categorias, dizendo também, que deseja “que exista muitos Esquerda Diário na vida dos trabalhadores”.

Também interviu Rafael, trabalhador da Unicamp, ressaltando o apoio às greves da universidade e a necessidade de fortalecer a luta contra a Reforma Administrativa e tantas outras que não podem esperar as eleições do ano que vem e Livia Tonelli, professora da rede pública que fez um sensível chamado a todos presentes serem parte de transformar o futuro com suas próprias mãos, através dos métodos e da força da nossa classe.

Victória, estudante da Faculdade de Educação da Unicamp, fez uma saudação em nome da juventude Faísca, expressando a unidade com os trabalhadores.

Veja abaixo essas intervenções:

O encontro seguiu com um espaço de confraternização entre os trabalhadores, juventude, e suas famílias, estreitando os laços firmados no calor das lutas.

O Esquerda Diário é uma mídia independente impulsionada pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e construída por trabalhadores e jovens de diversas regiões do Brasil e em vários outros países. Trata-se de um instrumento de organização coletiva que é parte da nossa batalha cotidiana para colocar de pé uma esquerda revolucionária enraizada na classe operária e na juventude para se enfrentar com os ataques dos governos e dos patrões.

Nós do Esquerda Diário, compartilhamos do ódio que cada trabalhador sente desse governo reacionário e batalhamos pelo Fora Bolsonaro e Mourão. A espera passiva pelas eleições de 2022 não é alternativa para os trabalhadores. É urgente que as centrais sindicais como a CUT e CTB rompam com sua paralisia e construam um verdadeiro plano de luta a partir de cada local de trabalho e estudo. É com a força da nossa classe que podemos impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que não mudará somente os jogadores, mas também as regras do jogo, ou seja, revogar, por exemplo, cada lei e reforma que só servem para precarizar a vida dos trabalhadores e sabotar o futuro da juventude.

Convidamos a todos a conhecerem mais o Esquerda Diário - a luta de classes na sua mão e fazer parte da Comunidade quem impulsionamos. Entre em contato pelo telefone: (11) 95924-5592 ou mande uma mensagem pelas nossas redes sociais.

Pode te interessar: Editorial MRT - 3 propostas para movimentar as engrenagens da nossa classe diante da paralisia das burocracias sindicais




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias