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MRT CAMPINAS | Encontro Aberto do MRT reúne mais de 120 pessoas em Campinas

Neste domingo,23, foi realizado o primeiro encontro aberto do MRT em Campinas com o debate “Campinas pra quem?”. Foram mais de 120 pessoas que debateram sobre como construir uma terceira via dos trabalhadores e da juventude contra os ataques do governo Dilma e da direita, logo após a mesa de abertura e debate, foi realizado almoço e um sarau contra a redução da maioridade penal.

Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia

terça-feira 25 de agosto de 2015 | 14:30

Neste domingo,23, foi realizado o primeiro encontro aberto do MRT em Campinas com o debate “Campinas pra quem?”. Foram mais de 120 pessoas que debateram sobre como construir uma terceira via dos trabalhadores e da juventude contra os ataques do governo Dilma e da direita, logo após a mesa de abertura e debate, foi realizado almoço e um sarau contra a redução da maioridade penal. A atividade contou com a presença de professores da rede estadual e municipal, trabalhadores dos correios, metalúrgicos, trabalhadores de outras categorias, moradores da região do Ouro Verde, estudantes secundaristas, estudantes da Unicamp, PUC e seus familiares. Também estiveram presentes delegações de professores de Jundiaí e Vinhedo, além de sapateiros de Franca.

O Encontro buscou discutir uma alternativa dos trabalhadores e da juventude para dar uma saída para a crise política e econômica do governo Dilma da perspectiva dos problemas da cidade. Também se discutiu como a entrada do MRT no PSOL é parte do desafio de construção de uma terceira via, nem com o PT, nem com a direita, para lutarmos em Campinas, contra os ajustes do governo, o desemprego, a corrupção e as leis que atacam os direitos da juventude negra, das mulheres e LGBTs. Leia mais aqui e aqui .

Dando início à mesa, Danilo Magrão falou da situação política e econômica da cidade, destacando o aumento do desemprego e a precarização dos serviços públicos de saúde a os ataques à educação pública relembrando a greve de mais de 90 dias dos professores da rede estadual, em contraposição com os casos de corrupção de só aumentam na cidade e na região de Campinas. Magrão, resumindo o espírito do Encontro, encerrou sua fala com um chamado à construção de uma terceira via dos trabalhadores para enfrentarmos a crise na cidade, e por um projeto de cidade ligado aos interesses dos trabalhadores. Magrão ainda comentou : " (...) em Campinas não é diferente, e discutir qual cidade que queremos, está totalmente ligado a pensar que país e que sociedade queremos. Hoje estão aqui, vários professores, trabalhadores de fábrica, dos Correios e outras categorias, e vários secundaristas e estudantes universitários. Se conseguirmos somar forças, e falarmos em uma só voz, estaremos diante de uma grande possibilidade. A possibilidade de sermos alternativa, uma alternativa real que se ligue a centenas de professores, que podem se unir a centenas de alunos e secundaristas, que junto com os universitários estarão ombro a ombro com trabalhadores da indústria, carteiros e servidores públicos na luta contra os ataques dos governos."

Andreia Pires, demitida política da JBS, trabalhadora da indústria de alimentos e militante do Grupo de Mulheres Pão e Rosas discutiu as condições de trabalho precária na indústria da carne e destacou como o MRT tem se colocado enquanto organização nesta luta nas fábricas junto aos trabalhadores. Ao final de sua fala, fez um convite a todas as mulheres e LGBTs a comparecerem no próximo domingo, 29, ao Encontro de Mulheres e LGBTs do Pão e Rosas em SP.

Em seguida, Tati Lima, coordenadora do CACH (Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp) fez uma discussão num chamado à juventude da cidade. Denunciou como a Unicamp possui um projeto de universidade que beneficia os lucros dos empresários na cidade e está longe dos interesses da população e da juventude. Destacou, o escândalo dos supersalários na Unicamp que motivou a greve dos trabalhadores da universidade. Tati, apontou também como a juventude em Campinas é cada vez mais atacada em seus espaços de cultura e lazer, com a recente lei do Pixo e a criminalização dos espaços públicos por Jonas. A Emenda da Opressão, uma medida que impede o debate de gênero e sexualidade nas escolas públicas também foi lembrada como uma medida reacionária aprovada na Câmara de Campinas e que ataca os direitos democráticos das mulheres e LGBTs na cidade.

Encerrando a mesa de abertura, Pablito diretor do SINTUSP, trabalhador do bandejão da USP, e dirigente do MRT, destacou em sua fala a crise política nacional que atinge Dilma e o PT, os atos da direita do dia 16 e como o governismo não pode responder a crise, e como é preciso a construção de uma terceira via independente , dos trabalhadores e a campanha do MRT no PSOL está a serviço deste objetivo.

Plínio de Arruda Sampaio Jr, professor da Unicamp, militante do PSOL e filho do ex-candidato a presidente pelo PSOL Plínio de Arruda, embora não tivesse comparecido pessoalmente, fez uma saudação à atividade em apoio a entrada do MRT no PSOL, apontou a importância de um PSOL que aglutine a esquerda que não repita a trajetória do PT. Também esteve presente no Encontro, militante do PSOL de Jundiaí.

Durante o debate, interviram professoras categoria O da rede estadual, que denunciaram os ataques de Alckmin a educação, os fechamentos de salas de aula nas turmas noturnas que impedem os trabalhadores a estudarem. Edna, moradora do DIC e professora da rede estadual, colocou uma denúncia sobre os fechamentos de salas de aula e as condições de precarização do trabalho dos professores categoria O da rede estadual de SP em Campinas.

Leandro, trabalhador sapateiro de Franca, comentou: “(...) faz três meses que não consigo trabalho, nem meus amigos e vizinhos! Vejo que os sindicatos não conseguem barrar as demissões ou estão implementando os ajustes como CUT e Força Sindical. Nós trabalhadores devemos nos unir para barrar as demissões e construir uma alternativa real, tomar os sindicatos das mãos dos pelegos, e fazer com que nenhum trabalhador pague pela crise.”

Natália, trabalhadora dos Correios em Campinas, destacou como nos Correios a maioria dos trabalhadores tem clareza da relação entre a precarização do trabalho na categoria e a defasagem dos salários, com o governo petista, também apontou como nos últimos anos a privatização se aprofundou nos Correios. Natália concluiu que “ é urgente uma alternativa, que se coloque inclusive a partir das greves, como provavelmente teremos agora de Correios, bancários, petroleiros que são outras categorias também afetadas pela privatização e outros ataques do governo, mas também metalúrgicos que tem enfrentado demissões em todo o Brasil. É urgente uma alternativa que seja construída pelos trabalhadores, e que se coloque contra os ajustes, e seja tanto contrária ao governo do PT quanto a oposição de direita.”

Após o debate foi realizado e um sarau contra a redução da maioridade penal que contou com a presença de grupos de rap formados por estudantes secundaristas de Campinas, banda de estudantes de Vinhedo, muita música e poesia. Veja as fotos :

Dilma, Alckmin e Jonas não são como nós, trabalhadores, são os responsáveis diretos pelos ajustes, pela corrupção e a precarização dos serviços públicos. Não são alternativa para todos aqueles que querem uma cidade realmente voltada para os interesses dos trabalhadores e da juventude. Os trabalhadores e o conjunto da população pobre não podem pagar pela crise em nome dos lucros dos empresários que lucram milhões na região. Por isso, nós do MRT, fazemos um chamado aos trabalhadores, a juventude, as mulheres e LGBTs a discutirem estas ideias para a construção uma terceira via, uma alternativa dos trabalhadores e da juventude.




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