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NATAL | Empresários dos transportes de Natal exigem passagem à R$ 3,90 para seguir lucrando

Em uma cidade predominada por trabalhadores precarizados, do telemarketing a vendedores ambulantes, cuja média salarial segue retrocedendo pela cobiça dos patrões no estado, os empresários que lucram sobre o transporte público da cidade querem elevar novamente a passagem esse ano.

domingo 17 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

Ano passado houve um aumento de R$ 3,35 para R$ 3,65, e hoje querem elevar para absurdos R$ 3,90. Um aumento que passa longe de acompanhar qualquer aumento real nos rendimentos dos trabalhadores e setores preconizados da cidade ou do campo.

A única coisa que não aumenta em Natal são os salários. Na verdade, em seis anos, dados divulgados pelo IBGE apontam uma redução de 21,23% nos rendimentos da juventude. Com estes aumentos, sucateia-se ainda mais as condições de vida e acesso à cidade.

É um absurdo que diante da crise os empresários de Natal tenham direito a lucros estáveis ou até crescentes, enquanto quem paga pela pressão desses mafiosos donos dos ônibus da cidade são os trabalhadores, em especial a juventude trabalhadora. A proposta de aumento é encabeçada pelo Seturn (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município), entidade que reúne os donos das empresas de ônibus, onde se articulam para garantir altos rendimentos com o transporte urbano.

O prefeito de Natal, Álvaro Dias, é quem deverá autorizar a medida após passar pelo Conselho Municipal de Transportes, e tende a mais uma vez ceder aos capitalistas em detrimento da população da cidade.

Por sua vez, Natal foi a cidade que esteve a frente das manifestações contra o aumento da passagem, o "Não é por 20 centavos", sendo a primeira cidade a chamar as manifestações que culminaram no principal fenômeno de massas do país nas últimas décadas, que foi Junho de 2013.

Esse espírito de combatividade é o que pode despertar, em especial na juventude, uma resposta a esse aumento da precarização e miséria, que Paulo Guedes pretende aprofundar com a Reforma da Previdência. Pretendem escravizar a juventude tirando direitos mínimos como FGTS, férias e 13º.

Através da auto-organização dessa juventude, se ligando muito mais às escolas e locais de trabalho de em 2013 foi possível de acontecer, podemos não só responder ao aumento das passagens, mas gerar embriões antiburocráticos que, em exigência à UNE e às centrais sindicais, especialmente a CUT e a CTB, organizem o conjunto da juventude e os trabalhadores para responder aos principais ataques que estão colocados, também em Natal.

A começar pela urgente necessidade da CUT mobilizar os professores e outras categorias para fortalecer a luta dos trabalhadores da saúde, que estão em luta contra Fátima Bezerra (PT) pelos seus salários e em defesa da saúde da população, contra a agenda de ataques aos direitos da população.

Uma luta unificada entre a juventude e os trabalhadores é o que permite maiores forças para impor uma derrota ao aumento do custo de vida, como se vê acontecendo na França, onde se arrancou conquistas nesse sentido. Mas principalmente para organizar uma resposta combativa à Reforma da Previdência, mas também o pacote "anticrime" de Sergio Moro, que vem para incentivar o assassinato à juventude negra.




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