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Máfia dos transportes | Empresários de ônibus de Porto Alegre ameaçam parcelar salários caso não suba a passagem

Em um novo movimento de um jogo de cartas marcadas entre governo Melo e empresários, os barões do transporte público de Porto Alegre ameaçam parcelar os salários dos rodoviários caso a passagem não suba. Um ataque descarado para sustentar os enormes lucros dos empresários em cima das costas dos trabalhadores e da população.

quinta-feira 24 de março de 2022 | Edição do dia

Dessa vez, empresários do transporte público de Porto Alegre, de maneira coordenada, emitem comunicados oficiais para seus empregados com ameaças de parcelamento do pagamento de salários e vales-alimentação enquanto a prefeitura não aumentar a tarifa de ônibus. Com o mesmo discurso de sempre, alegam operar no prejuízo, quando na verdade não querem abrir mão dos seus lucros, e em contrapartida querem mais subsídios públicos, mais dinheiro da prefeitura e mais ataques aos trabalhadores que operam o sistema de transporte e aos usuários que dele dependem todos os dias.

Para os empresários e o governo, sempre haverão desculpas para cobrir suas intenções de manter a lucratividade, mas como não podem declarar isso abertamente, se valem do discurso demagógico de modernizar o sistema público de transporte para reduzir a tarifa. O que acontece na prática, é que isso nunca se realiza. Mesmo depois de aprovar a privatização da Carris, a extinção do cargo de cobrador, a fusão e a extinção de linhas, a redução de horários com ônibus cada vez mais lotados - e com a autorização para não ligarem o ar-condicionado dos ônibus num dos verões mais rigorosos que Porto Alegre já teve - com o aumento da idade média da frota ocasionando ônibus cada vez mais velhos e sucateados; não tivemos melhora na qualidade dos serviços, muito menos redução no valor da tarifa. A exigência dos empresários é de uma nova tarifa, com um aumento mínimo de 25%, enquanto os trabalhadores não têm sequer reposição das perdas salariais acumuladas diante da inflação dos últimos dez anos.

Por tudo isso, precisamos continuar denunciado que os empresários não são necessários para o sistema de transporte, são esses sanguessugas que o inviabilizam. São eles que precarizam o sistema, drenam seus recursos e que estão sobrando na equação de um transporte público à serviço dos trabalhadores. Enquanto isso, a direção pelega e traidora do sindicato dos rodoviários (STETPOA), que no último ano, durante a greve da Carris contra a privatização e a extinção dos cobradores, colaborou com Melo e os empresários em cada oportunidade e segue mantendo a paralisia da categoria e a separação entre rodoviários das privadas e da Carris, mesmo diante de uma bateria de ataques contra o conjunto da categoria e da população.

Precisamos da unidade entre rodoviários da Carris e empresas privadas, passando por cima das raposas no controle do sindicato e tomando essa ferramenta de luta para o lado dos trabalhadores, da população e dos estudantes que dependem do serviço, para lutarmos pela abertura completa dos livros de contas das empresas e por um sistema de transporte 100% público e Carris, incorporando todos os rodoviários das privadas, com uma gestão sob controle dos rodoviários e usuários, que são os que precisam do transporte e conhecem as verdadeiras necessidades dele.




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