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USP | Em solidariedade aos trabalhadores estudantes promovem catracaço no bandejao central

Nessa segunda feira, 9 de novembro, os trabalhadores do bandejão central da USP atrasaram em uma hora a abertura do restaurante, em protesto contra o corte de ponto, o assédio das chefias, a precarização do trabalho e por mais contratações. Comovidos com a situação dos trabalhadores diversos estudantes se organizaram espontaneamente e promoveram um catracaço em apoio.

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

quarta-feira 11 de novembro de 2015 | 00:00

Nessa segunda feira, 9 de novembro, os trabalhadores do bandejão central da USP atrasaram em uma hora a abertura do restaurante, em protesto contra o corte de ponto, o assédio das chefias, a precarização do trabalho e por mais contratações. Durante esse tempo eles ficaram do lado de fora do restaurante explicando para os estudantes presentes na fila a situação de extrema precarização que hoje se encontram e ressaltando a importância dos bandejões para nossa permanência na universidade. Foram diversas falas nas quais os trabalhadores contavam um pouco da realidade que nós estudantes desconhecemos e que muitas vezes ficam invisibilizadas pelo uniforme.

Em demonstração de apoio a estudante da letras e militante da Juventude às Ruas, Jéssica Antunes declarou aos estudantes: "Hoje os trabalhadores estão protestando contra o autoritarismo da reitoria e de Waldir Antonio Jorge, que também é responsável pela superintendência de assistência social. Os bandejões são fundamentais para nossa permanência na universidade e nós estudantes não podemos ficar calados sabendo que aqui dentro da dita universidade de excelência trabalhadores adoecem devido as péssimas condições de trabalho. Não podemos aceitar que o conhecimento produzido aqui esteja a serviço das grandes empresas e não daqueles que fazem esse universidade funcionar. E por isso eu faço um convite a todos os estudantes que se sensibilizaram com essa situação pra que possamos ver que medida tomar em apoio a esses trabalhadores."

Em resposta ao convite diversos estudantes saudaram os trabalhadores cantando com muita força "trabalhador pode lutar, que os estudantes vão te apoiar" e se organizaram para servir às bandejas no lugar deles, liberando às caracas contra o corte de ponto, o assédio das chefias e por mais contratações. Numa emocionante demonstração de solidariedade capaz de fazer às chefias e a reitoria temerem.

Esse ato dos estudantes surgiu como uma resposta a mobilização dos trabalhadores sendo impulsionado por militantes da Juventude às Ruas, que estão desde o início apoiando a luta dos trabalhadores dos bandejões e diversos estudantes independentes que decidiram dedicar algumas horas do seu dia a essa importante luta. Contudo poderia ter sido muito maior se o DCE e Centros Acadêmicos estivessem presentes apoiando a mobilização dos trabalhadores.

Hoje nossas entidades não são instrumentos capazes de armar os estudantes para poder responder a ataques como os dos bandejões muito menos os cortes na educação a nível nacional. A passividade e o imobilismo que só favorecem às reitorias e os governos predominam, como por exemplo no CA da letras cuja atual gestão é governista, e no CA da Educação que após anos de gestões governistas foi abandonado pela última gestão eleita.

Ao mesmo tempo que o DCE (PSOL/PSTU) diz que pretende se colocar ao lado dos trabalhadores na luta por um terceiro campo independente contudo não constrói nas bases dos estudantes a mobilização contra a política das reitorias e dos governos. A luta contra a precarização dos bandejões poderia ser muito maior se o DCE e os centros acadêmicos se colocassem contudo impulsionando a organização dos estudantes em aliança com os trabalhadores.

É para construir entidades independentes e combatidas, que se coloquem ao lado dos trabalhadores contra a reitoria e os governos, que nós da Juventude às Ruas impulsionando juntamente com estudantes independentes às chapas Por isso me grito, na letras e Da lama ao caos, na FEUSP. Pra retomar às entidades como instrumentos de luta e auto-organização dos estudantes, que possa nos dar batalhas como a luta dos bandejões e fazer delas grandes exemplos de resistência.




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