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ELEIÇÕES RIO DE JANEIRO | Em pregação em 2012, Crivella destila transfobia, homofobia e misoginia

Numa pregação em 2012, Marcelo Crivella, candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PRB e bispo licenciado da Igreja Universal, expressa transfobia e homofobia.

sexta-feira 21 de outubro de 2016 | Edição do dia

Já nos primeiros 10 minutos do vídeo postado no Youtube, dá pra sentir o destilamento de homofobia e transfobia de Crivella, candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB). O vídeo corresponde a uma pregação do bispo agora licenciado da Universal do Reino de Deus em celebração à Santa Ceia, em 2012.

“Eu me lembro nas Filipinas, as mulheres, ansiosas, elas também pegavam os meninos, os filhos, e educavam como meninas. Então, o menino tinha calcinha, sutiã, passava batom na boca, trancinha no cabelo. Não é esquisito?”, diz Crivella sobre a expressão de identidade de gênero de crianças filipinas.

“Vocês já repararam como os homossexuais são devotados às suas mães? Vocês já repararam como as pessoas, os homens que se relacionam com outros homens têm verdadeira idolatria pela imagem da sua mãezinha querida? Mamãe, mamãe, mamãe, minha mãezinha, minha mãezinha! Você pode ver como uma criança pode sofrer no útero da mãe”, sobre a ansiedade de uma mãe no período da gestação.

E ainda mais: comenta sobre os elogios de uma moça ao seu companheiro, que é carinhoso e atencioso, dizendo que suas amigas falam que ele pode ser gay, no que a garota responde, segundo Crivella: “Não é não! Porque eu já fui na casa dele e não tem nenhum porta-retrato da mãe”.

O candidato a prefeito do Rio também relaciona a formação da orientação sexual à prática de aborto: “Tratam tão mal o homossexual sem saber os dramas que ele vive, as angústias que ele sofre, os seus problemas. Às vezes se diz assim: ‘ah, fulano é um pau que nasce torto e não tem jeito’. Às vezes a mãe tentou um aborto. Muita gente na favela, meninos envolvidos no tráfico e nas drogas nascem já desesperados, porque imagina você está no útero da sua mãe e a sua mãe, por uma série de problemas, tenta te matar, tenta abortar”.

Nesse vídeo, pode-se notar o caráter conservador de um possível prefeito (sobrinho de Edir Macedo, aliás) de uma das principais cidades brasileiras, a cidade do Rio de Janeiro, que já vive em meio a uma crise profunda, numa guerra entre a polícia e o narcotráfico. A cidade é marcada pela morte de Jandira, mulher de 27 anos que desapareceu após a realização de aborto clandestino, e pela morte de Diego, estudante da UFRJ que foi assassinado nos arredores do moradia estudantil da universidade por homofobia.

Lutamos decididamente contra a direita, por nossos direitos e por isso denunciamos Crivella que com sua ideologia reacionária fortalece os recordes de assassinatos de mulheres e LGBTs, precisamos lutar pela saúde da mulher, pelo direito de viver de toda pessoa LGBT, pelo fim da polícia que assassina a juventude carioca.

Para dar um basta aos números recordistas de assassinatos de mulheres e LGBTs no Brasil, precisamos erguer uma força real contra essa direita representada por Marcelo Crivella e isso só pode se dar enfrentando os governos e capitalistas. Leia aqui declaração de Carolina Cacau, que foi candidata a vereadora no Rio de Janeiro, sobre esse assunto.

Lutamos pelo direito à nossa vida! A mulheres do Pão e Rosas gritam: educação sexual e de gênero não-heteronormativa nas escolas, subsídio para LGBTs em situação de violência, contraceptivos para não abortar e aborto legal, seguro e gratuito para não morrer!




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