Neste sábado, dia 6 de agosto, Bolsonaro esteve em Recife em uma motociata organizada para mobilizar sua base eleitoral. Milhares de seguidores de sua estirpe de extrema direita participaram da motociata. Em seguida, Bolsonaro participou também da marcha para Jesus em Boa Viagem.
sábado 13 de agosto de 2022 | Edição do dia
Durante sua estadia em Recife, Bolsonaro não perdeu a oportunidade de fortalecer ideologicamente sua base reacionária mais dura, atacando os direitos das mulheres. O atual odiável presidente da república discursou contra o direito ao aborto e o estado laico. Em um país onde se estima, segundo dados do Ministério da Saúde, ao menos uma morte a cada dois dias devido a abortos clandestinos, em sua maioria mulheres negras e de baixa renda.
Bolsonaro também aproveitou para falar asneiras sobre a economia brasileira, defendendo a saúde econômica do país e o preço dos combustíveis como um dos mais baratos do mundo. Enquanto isso vivemos uma recessão econômica que é despejada sobre a classe trabalhadora e a população mais pobre, que sofre com desemprego, precarização do trabalho, inflação dos produtos básicos, fome e extrema insegurança alimentar. Neste caso, Bolsonaro parece estar discursando para os banqueiros, que tiveram novo recorde de lucro este ano.
Durante este evento grotesco participaram também Anderson Ferreira, candidato do PL a governador, e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, candidato para senador em Pernambuco, aproveitando assim para fazer campanha para seus aliados.
Bolsonaro também convocou as reacionárias manifestações de 7 de setembro, organizada por seus partidários no Rio de Janeiro e Brasília, onde é de praxe a apologia e a incitação de golpes militares.
Bolsonaro tem Recife como um ponto estratégico de sua campanha não vem de hoje. Embora seu eleitorado seja muito baixo em Pernambuco, possui uma das maiores comunidades evangélicas do país, do qual precisa para manter alguma expressão no nordeste para disputar as eleições.
A grande quantidade de participantes na motociata é um alerta. O bolsonarismo não vai acabar após as eleições. A extrema direita vem se tornando uma força social que vai muito além da expressão eleitoral. Por todo país vemos atos de violência racista, misógina e LGBTfóbica incitadas pelo bolsonarismo e a extrema direita, além das próprias forças assassinas policiais que se encorajam a serem ainda mais letais.
Por outro lado os ataques a classe trabalhadora e nossos direitos, como a reforma da previdência e trabalhista, a precarização do trabalho, as privatizações e todo o efeito da crise nas nossas costas vem a pleno vapor desde o golpe de 2016 e segue ainda mais brutal durante o governo de Bolsonaro. Mas não tenhamos dúvidas de que independente de quem ganhar as eleições, o plano econômico do golpe seguirá, imposto pelos grande capitalistas nacionais e internacionais para manterem e aumentarem seus lucros bilionários. A chapa Lula-Alckmin tem sido guardião do seguimento deste projeto econômico, prometendo desde já deixar todas as contra reformas e privatizações intocadas.
Por isso nossa luta contra Bolsonaro e a extrema direita tem que partir de já, sem nenhuma ilusão na conciliação com os capitalistas e a direita, como vem fazendo a chapa Lula-Alckmin. Precisamos organizar a classe trabalhadora, junto a juventude e toda população oprimida e explorada, através da auto-organização dos locais de trabalho e estudos, exigindo das grandes centrais sindicais um verdadeiro plano de lutas,para enfrentar cada ataque em curso e reverter as contrarreformas e enfrentar Bolsonaro no nosso terreno, na luta de classes.
