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CÚPULA DO CLIMA EM PARIS | Em meio a um enorme aparato policial, começou a COP21 em Paris

Paris recebeu nesta segunda-feira 250 líderes de todo o mundo, na abertura da cúpula do clima (COP21) que durará onze dias. A cúpula foi aberta em meio a um grande aparato policial.

Josefina L. MartínezMadrid | @josefinamar14

quarta-feira 2 de dezembro de 2015 | 01:23

Representantes de 195 países mais a União Europeia (UE) negociarão um acordo que a presidência francesa pretende que seja "ambicioso" e de cumprimento obrigatório.

A cúpula começou rodeada por um grande aparato policial, reforçado depois dos atentados de 13 de novembro em Paris, no dia seguinte da repressão a manifestantes na Praça da República. Ao longo do dia foram liberando alguns dos quase 300 detidos, enquanto os meios de comunicação fizeram uma campanha útil ao governo, para demonizar os manifestantes e justificar as detenções.

O peruano Pulgar Vidal, que presidiu a conferência anterior (COP20), disse estar "convencido" de que se alcançará um acordo em Paris, antes de entregar a responsabilidade ao ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, que presidirá a COP21.

Três semanas depois dos atentados jihadistas de Paris e Saint Denis que custaram a vida de 130 pessoas, o ministro peruano assegurou que "o aquecimento global e o terrorismo" são "as grandes ameaças do mundo atual".

Reuniões bilaterais

A cúpula está entrelaçada pelas tensões geopolíticas da guerra da Síria, da coalizão internacional contra o Estado Islâmico e dos enfrentamentos com a Rússia. Nesta segunda-feira foram realizadas várias reuniões bilaterais para abordar essas questões.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin, discutiram sobre a situação do conflito na Síria e a luta contra o Estado Islâmico, além de analisar as discussões sobre livre comércio entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, havia expressado seu desejo de reunir-se também em Paris com Putin para normalizar relações depois que seu país derrubou um avião militar russo em sua fronteira com a Síria, mas o Kremlin descartou a possibilidade.

Depois dessa reunião bilateral, o presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, uniu-se a Merkel e Putin para tratar dos últimos acontecimentos nas discussões mantidas pela União Europeia e Ucrânia para aplicar um acordo de livre comércio, em consulta com a Rússia. Nesta quarta-feira, as três partes se reúnem em Bruxelas para manter um diálogo trilateral sobre essa questão.

Obama e Putin também mantiveram uma reunião bilateral na qual falaram sobre o conflito na Síria. Segundo um porta-voz do Kremlin, "Obama transmitiu suas condolências pelo incidente com o avião russo", derrubado "pela Força Aérea turca na Síria". Ambos os mandatários, em sua segunda reunião nas duas últimas semanas, também trataram "em detalhes" da situação na Síria e do conflito ucraniano, acrescentou.

Putin e Obama, segundo o Kremlin, "se manifestaram pelo impulso para a solução política" da guerra civil nesse país árabe e pelo "imediato cumprimento dos Acordos de Minsk" para que termine a crise ucraniana.

O presidente russo ordenou a imposição de sanções econômicas contra a Turquia depois que o dirigente turco, Recep Tayyip Erdogan, se negara a pedir desculpas formalmente pela derrubada do bombardeiro, que, segundo Ankara, violou seu espaço aéreo.

Enquanto isso, Obama e a OTAN apoiaram o direito da Turquia de defender seu território e insistiram para que a Rússia se abstenha de realizar missões aéreas perto da fronteira turco-síria, ainda que tenham chamado ambos os países a normalizarem suas relações.

As tensões na coalizão internacional que intervém na Síria, mais a Rússia, se agravaram desde a derrubada do avião russo pela Turquia, além das diferenças existentes entre Rússia e Estados Unidos sobre o governo de Al Assad, o qual Moscou respalda. A cúpula do clima está cortada por todas essas tensões, que, na realidade, relegam a um segundo plano o debate sobre a questão da mudança climática.




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