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ENEM | Em meio a caos Bolsonaro e Weintraub mantém Enem

Governo divulga um cronograma do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em meio a pandemia de Covid-19. Indo na contramão do adiamento e reformulação dos exames similares ao redor do mundo, Weintraub aliado à política de Bolsonaro fomenta o negacionismo e força a “normalidade” em meio à crise sanitária e econômica.

segunda-feira 11 de maio de 2020 | Edição do dia

No Brasil o número de oficial de mortes pelo novo coronavírus são mais de 11 mil, isso sem ter em vista a intensa subnotificação dos casos. Especialistas alertam que o Brasil provavelmente se tornará o novo epicentro global da pandemia. Isso tudo após termos passado a China em número de mortos. Em várias cidades do país os sistemas de saúde começam a entrar em colapso, como em Manaus e Fortaleza e agora o Rio de Janeiro com 90% dos leitos de UTI ocupados.

Recentemente o MEC e Weintraub lançaram um comercial excludente e totalmente alheio a realidade de milhares de estudantes no país, onde o acesso à internet é ainda privilégio e essa crise afeta diretamente a classe trabalhadora e a juventude.

Despertou ódio e revolta de estudantes do país inteiro rechaçando a “normalidade” imposta por eles. O Brasil é extremamente desigual, por consequência grande parte da população não tem acesso a saneamento básico, mora em condições de superlotação, tem pouca ou nenhuma condição de manter os estudos sem o funcionamentos das escolas ou mesmo se defender da pandemia.

Por trás do discurso "a vida não pode parar" e que está fazendo isso para “não prejudicar” estudantes, Weintraub expõe suas reais motivações e do governo para manter a data do exame: “é importante manter o Enem para manter as expectativas das pessoas e começar a botar pressão para os governadores e prefeitos para voltar (o calendário escolar). Eles foram, na melhor das hipóteses, atabalhoados para fazer quarentena.”

Isso significa que o MEC usa o futuro de milhões de estudantes aumentando a exclusão dos mais pobres como mecanismo da política negacionista de Bolsonaro.

Weintraub e Bolsonaro impõe a juventude que faça o Enem independente da crise sanitária e econômica no país e no mundo. As inscrições da prova estão abertas nesta segunda-feira (11).

O Enem oferecerá duas modalidades: uma presencial e outra digital, que contemplará 100 mil candidatos. A adesão será opcional. Escondendo a realidade de milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade. As provas presenciais ocorrerão em 1 e 8 de novembro. Por ser um vírus de alta transmissibilidade a evolução do coronavírus é difícil de se prever. Não sabemos se até novembro a pandemia terá se dissipado, em cima de milhares de mortes, a ponto de a prova ocorrer normalmente. A prova virtual, por sua vez, foi definida para ser aplicada nos dias 22 e 29 de novembro.

Boa parte das instituições do país interromperam suas atividades, seja de forma parcial ou integral, por conta da disseminação da Covid-19 no Brasil. Mesmo que algumas escolas tenham aderido à modalidade do ensino a distância (EaD), a ferramenta não é acessível para a maioria dos estudantes. Sem condições de acompanhar adequadamente EaD, seja por falta de acesso às tecnologias, por falta de acesso a direitos básicos, como alimentação ou domicílios com estrutura suficiente. Portanto se questiona como esses estudantes poderão se preparar para o exame, tendo em vista que esse é um tipo de ensino precário, que tem na lógica da redução de custos o seu motor principal. Além disso, as universidades também paralisaram suas atividades indefinidamente.

O Enem é um filtro social o próprio reacionário do Weintraub chegou a afirmar que ele não foi feito para "corrigir injustiças" e que, por isso, o calendário previsto do exame deveria transcorrer normalmente. No entanto, não podemos aceitar que ele é injusto e continuará sendo, devemos lutar para que ele não seja ainda mais elitista e excludente. Por isso nós do coletivo Faísca - Anticapitalista e Revolucionária defendemos o adiamento do Enem, defendemos também, que façamos uma grande campanha contra Bolsonaro e Weintraub pelo adiamento da prova do Enem. Lutamos para que nossas entidades estudantis, como a UNE e a UBES, deveria concentrar suas energias para uma forte campanha pelo adiamento. Contra esse governo que despreza as condições de vida dos trabalhadores e da juventude. Por um ensino público superior de qualidade sem vestibular!




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