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Racismo | Em mais um caso de racismo, Bancada Negra da Câmara de Porto Alegre sofre ameaças de morte

Quatro vereadoras e um vereador membros da Bancada Negra da Câmara Municipal de Porto Alegre sofreram ameaçados de morte no fim da tarde desta segunda (6). A mensagem foi enviada por email para os contatos institucionais dos parlamentares. Novamente fica claro que o Brasil é um país racista, longe de qualquer "democracia racial" ou de que no nosso país "não há racismo", como diz o racista Mourão, vice do execrável Bolsonaro.

terça-feira 7 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Foto: vereadores Karen Santos, Daiana Santos, Laura Sito e Matheus Gomes (Divulgação)

A mensagem se utiliza de expressões racistas, homofóbicas e lesbofóbicas contra os parlamentares, cita armas e descreve a forma pela qual cumpriria a ameaça. O autor também diz morar no Rio de Janeiro e que viajaria para Porto Alegre com uma "passagem só de ida".

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Os membros da Bancada Negra registraram na manhã desta terça (7) um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos da Polícia Civil de Porto Alegre.

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A ameaça leva assinatura de um nome de iniciais RWA, mas já se sabe que a assinatura é falsa e que a pessoa indicada já teve seu nome utilizado em ameaças a outros parlamentares.

Para a Bancada Negra, a autoria da ameaça é do grupo de ódio Dogolachan, criado em 2013, e responsável por uma série de ameaças feitas em 2020.

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A Bancada Negra de Porto Alegre é composta pelas vereadoras Daiana Santos, Karen Santos (PSOL), Bruna Rodrigues (PCdoB), Laura Sito (PT) e pelo vereador Matheus Gomes (PSOL).

O vereador Matheus Gomes já havia recebido em 2021 outra ameaça de morte. A primeira chegou ao seu email em janeiro, após um protesto realizado pela Bancada Negra durante a execução do hino do Rio Grande do Sul em 1º de janeiro, na cerimônia de posse dos novos vereadores.

"Saber que tem gente que deseja a minha morte por eu ser um jovem parlamentar negro, um questionador do racismo estrutural na capital mais segregada racialmente de todo o país, é angustiante, entristece e também revolta. Não desejo a ninguém ter que ler o que li", disse Matheus Gomes.

Após esse primeiro caso de racismo, o vereador disse que começou a tomar certas medidas quantos esses casos se repetem. "Nessas horas, a primeira coisa que faço é avisar a família para que minha mãe e meu pai não sejam pegos de surpresa com publicações de redes sociais ou da imprensa", diz.

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Mais um dia se passa, e novamente fica claro como é obvio que o Brasil é um país racista, longe de qualquer "democracia racial" ou de que no nosso país "não há racismo", como diz o racista Mourão, vice do execrável Bolsonaro. Ao mesmo tempo, vemos o deplorável caso da chacina no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), numa expressão nua e crua do caráter abertamente racista da Polícia e do Estado burguês, à serviço da elite escravocrata brasileira, além da cena desumana de um jovem negro preso por algemas e arrastado por um policial em sua moto em uma avenida em São Paulo, que se somam a outras cenas desumanas.

Nós do Esquerda Diário repudiamos veementemente esse absurdo caso de racismo sofrido pela Bancada Negra de Porto Alegre. É preciso organizar a luta negra no Brasil desde já, nas ruas, nos locais de trabalho e de estudo, nos inspirando no Black Lives Matter e em toda tradição da luta negra ao longo dos séculos, numa perspectiva antirracista e anticapitalista, para dar uma basta ao racismo, que destrói a vida de milhares de negros e negras todos os dias.




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