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CRISE SANITÁRIA | Em dia de recorde de mortes, Pazuello diz que governo “não é máquina de fabricar soluções”

Na semana em que o Brasil atravessa o pior momento da pandemia, com recorde de mortes diárias, Pazuello, afirma a gravidade do momento, declarando, entretanto, que o governo “não é máquina de fabricar soluções”, isentando o governo da responsabilidade em combater a pandemia.

quinta-feira 4 de março de 2021 | Edição do dia

Imagem: Reprodução

Em pronunciamento publicado no twitter nesta quarta-feira, 03, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, declarou que o Brasil está em um “grave momento da pandemia” e que as novas variantes do vírus estão atingindo o país de maneira agressiva. Entretanto, não falou nada sobre o número recorde de mortes alcançado nesta terça-feira, com 1.910 novos óbitos em 24 horas.

Não só isso, na mesma declaração que assume a gravidade do momento, no mesmo dia em que batemos o recorde de mortes por Covid-19, estando no pior momento da pandemia desde que começou em março do ano passado, o ministro Pazuello também declarou o absurdo de que o governo não é uma “máquina de fabricar soluções”.

De fato, o governo Bolsonaro demonstrou neste último ano que tem zero condições de apresentar soluções à pandemia, visto que, com seu negacionismo e amadorismo, condenou à morte já quase 260 mil brasileiros, não apresentou planos de combate sérios e eficazes.

Entretanto, essa máquina de soluções, na verdade, tampouco foi apresentada pelo setor do regime político brasileiro que se diz oposição ao governo Bolsonaro. Os governadores, o Congresso, o STF, todo o atual regime político foi parte da ausência de soluções e planos de combate à pandemia. Apesar de fazerem um discurso demagógico de crítica ao negacionismo do governo federal, também não forneceram testes massivos para a população como forma, comprovada cientificamente, de isolar os contaminados e evitar a transmissão do vírus; não investiram em mais leitos de UTI, respiradores, oxigênio, centros de saúde; não forneceram equipamentos de segurança (EPIs) para os profissionais da saúde que estiveram arriscando suas vidas em jornadas extenuantes, trabalhando muitas vezes com sacos de lixo no lugar de aventais; não garantiram o emprego e salário para os trabalhadores, condenando-os ao crescente desemprego em meio à pandemia e a alta dos preços de alimentos; assim como não conseguiram manter sequer o insuficiente auxílio emergencial, fazendo com que milhares de famílias voltassem à situação de miséria total e agora prometendo voltar com o programa em base a aprovar a PEC Emergencial que ataca os serviços públicos.

Onde está a máquina de soluções?

Definitivamente passado um ano da pandemia, já existem recursos e técnica suficientes para resolver e solucionar uma série de problemas que ainda hoje enfrentamos, não a toa chegamos no mês de março de 2021 com recordes de mortes e contaminação por Covid-19, configurando-se como o pior momento desde o início em março de 2020. Em diversas universidades e centros de pesquisa pelo mundo, e muitas em território nacional, vimos a elaboração e desenvolvimento de testes rápidos, baratos e eficazes, pesquisas sobre o vírus e possibilidades de tratamento, respiradores mais baratos, até mesmo vacinas.
O que impede então que alcancemos a solução para o momento que vivemos?

Seja o negacionismo anticiência de Bolsonaro, seja a demagogia de sua oposição, todo o regime político do golpe institucional de 2016, comandando o país, demonstrou zero preocupação em buscar reais soluções para a pandemia que vem tirando a vida de milhares de brasileiros. A preocupação deles está em manter a economia saudável, o que significa manter o lucro dos empresários e banqueiros, manter os privilégios das castas como os militares e o judiciário que seguem intocados.

O que impede um avanço integral da pesquisa, não só na área da saúde referente especificamente ao coronavírus, mas a todas as áreas de conhecimento que tratam da vida em sociedade, é o capitalismo, que estando em crise, obriga os trabalhadores pagarem com suas vidas buscando por uma solução que atenda aos lucros dos patrões.

A verdadeira solução para o momento alarmante que vivemos será arrancada em base a luta para impor um sistema de saúde 100% estatal e sob controle dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, que estiveram na linha de frente do combate, enfrentando os riscos, a precarização e péssimas condições para salvar vidas. Acompanhado de exigir a liberação para todos os que fazem parte do grupo de risco sem desconto salarial, proibindo as demissões e flexibilizações de contrato e salário. Além de lutar para que todas as indústrias necessárias sejam reconvertidas para a produção dos insumos para o combate do coronavírus, adaptando as indústrias para que produzam máscaras, respiradores, insumos hospitalares como luvas, aventais, álcool gel, insumos para os remédios e vacinas, quebrando as patentes que só servem para enriquecer algumas poucas empresas multimilionárias da indústria farmacêutica.

Se o capitalismo não é capaz de colocar toda sua tecnologia a serviço de proteger a população de um vírus, é porque o vírus é o próprio capitalismo, produzindo miséria, destruição do meio ambiente, condenando à morte já mais de 2,5 milhões de pessoas por conta deste vírus e transformando a saúde em um negócio rentável e lucrativo pra um punhado de empresas parasitas.




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