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DELAÇÃO MARINA SILVA | Em delação premiada, Léo Pinheiro diz que campanha de Marina Silva teve caixa dois

Na negociação da delação premiada de Léo Pinheiro, há uma revelação de extrema importância. Diz respeito a duas figuras que tem suas imagens ligadas á ética e a sustentabilidade e estão no meio político e empresarial. Trate–se de Marina Silva e Guilherme Leal.

terça-feira 14 de junho de 2016 | Edição do dia

O ex-presidente da OAS se comprometeu com os procuradores a falar do caixa dois que, segundo ele, irrigou a campanha de Marina Silva á presidência de 2010. O pedido a Pinheiro foi feito por Guilherme Leal, um dos donos da Natura, candidato a vice-presidente de Marina Silva naquela eleição. Ainda de acordo com o Léo Pinheiro durante a delação premiada, Alfredo Sirkis acompanhava Leal quando a negociação foi fechada.

Por sua vez, o ex-coordenador de campanha de Marina Silva em 2010, o ex deputado federal do PV pelo Rio de Janeiro Alfredo Sirkis, negou ontem ter havido caixa dois para a candidata na disputa naquele ano. Ele confirma, porém, ter se reunido com o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, e o candidato a vice-presidente de Marina, Guilherme Leal, para pedir uma ‘’colaboração’’ para a campanha.

Sirkis afirma também que, depois do encontro, Pinheiro fez duas doações, a seu pedido, de R$ 200 MIL – a primeira em agosto e a segunda em setembro de 2010 - totalizando R$ 400 mil. Os repasses foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral como contribuições para o Comitê Financeiro Único do PV no Rio de Janeiro, em vez do comitê de campanha nacional do Partido.

Lideres de partidos na Câmara e no Senado receberam com cautela a informação de que Marina Silva recebeu recurso da OAS. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy disse que a citação a Marina surpreende e que é preciso verificar se a informação confirmará. Já o líder do DEM na Câmera, deputado Pauderney Avelino (AM) falou ‘’Agora, ela que caiu na rede. É preciso separar o que é doação e o que é dinheiro de corrupção. No caso dela que se julga a fada da floresta, que fica criticando todo mundo, é complicado [a citação]’’.

Léo Pinheiro também disse em sua delação que passou recursos para o caixa dois das campanhas de Eduardo Paes. Executivos da Odebrecht também negociam afirmar isso em delação. Sobre Guilherme Leal, Marina Silva disse que ele ‘’sempre foi fiel ao compromisso ético e à orientação política de que todos os recursos de financiamento de campanha teriam origem e uso inteiramente legais’’.

A nova ‘’velha’’ política e o que está por trás disso.

Nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014, Marina Silva sempre teve uma postura demagógica de falar que estava representando a nova política contra as velhas raposas que representava a imagem da política arcaica. Esta imagem de que Marina representava ‘’o novo na política’’ conseguiu canalizar muitos setores da sociedade que tinham o sentimento legitimo de que aqueles velhos políticos não podem mais estar na frente da política brasileira.

De um lado, esta denuncia contra a Marina Silva demonstra que esta não é a candidata da ‘’ética’’, muito menos a do meio ambiente, mas sim mais representa mais uma a serviço de empresários como Guilherme Leal e dos bancos como o Itaú. É mais uma política burguesa que nas eleições esteve rodeada de ‘’velhos políticos’’ e que recebeu dinheiro de grandes empresários e banqueiros, para que quando conseguir o cargo que tanto almeja governe para os setores que financiaram a sua campanha.

A ‘’nova’’ política de Marina Silva é feita com o Guilherme Leal que foi denunciado por manter trabalho escravo na Natura, junto com o Sarney Filho do PV, partido em que ela concorreu nas eleições presidenciais de 2010, quando concorreu nas eleições de 2014 já estando na REDE, mas pela legenda do PSB, apoiou a candidatura de Eduardo Campos e depois do acidente de avião que tirou a vida de Campos, foi candidata a presidência da republica pelo PSB. No segundo turno das eleições de 2014 apoiou o Aécio Neves. Além disso, Marina Silva foi, junto com o Eduardo Cunha, Silas Malafaia e Marco Feliciano, uma defensora contra o direito ao aborto, dos gays e dos negros.

Por mais que Marina Silva crie um novo partido pra passar a imagem de que ela representa a nova política, na prática ela é mais uma política burguesa que faz parte da democracia do suborno e deste regime podre dos ricos.

Porém no outro lado, a denúncia contra Marina Silva se dá num momento de crise política no país, onde existe um interesse do imperialismo através da operação ‘’Lava Jato’’ e do ‘’partido do Judiciário’’ em avançar contra as empresas nacionais e agora contra o PMDB. Como afirmamos anteriormente, já existe uma discussão de que é preciso ter novas eleições e caso isso se materialize Marina Silva tem grandes possibilidades de vencer uma eleição. O que não pode ser de interesse para o imperialismo, pois mesmo que ela seja mais uma candidata a serviço dos ricos, talvez ela não tenha perfil para aplicar os ajustes que o imperialismo tanto almeja.




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