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USP | Em defesa da saúde e da vida: todos ao ato 04/08 - 12h, em frente a Reitoria da USP

Depois de mais um mês de enrolação, finalmente a Reitoria e a Comissão Permanente de Relações de Trabalho (Copert) agendaram reunião para discutir a pauta específica dos trabalhadores da USP. A reunião ocorrerá no dia 04/08, quinta-feira.

terça-feira 2 de agosto de 2022 | Edição do dia

Uma das reivindicações centrais é a valorização dos menores salários. Por isso, uma das pautas é um reajuste de valor fixo de R$1.200,00 para todos, o que tem um impacto proporcionalmente maior nas condições de vida dos trabalhadores que recebem o piso da categoria. Além disso, os benefícios alimentícios seguem defasados em relação ao aumento dos itens básicos da cesta básica, que hoje já está superando o valor do próprio salário mínimo.

Outra pauta importante é a necessidade de contratações, para repor minimamente o quadro de funcionários perdido desde 2014 com os programas de demissão voluntária (PIDV’s) e as aposentadorias. A falta de funcionários tem gerado adoecimento ocupacional, redução das condições de atendimento nos restaurantes e demais serviços aos estudantes e fechamento de leitos no hospital universitário, etc.

Veja mais: A luta contra o desmonte da USP

Mas a pauta mais urgente, que motivou o ato, é o descaso da Reitoria, e de todo o conjunto da burocracia universitária, com a situação de saúde do trabalhador da USP e da população em geral. Desde 2014 a burocracia acadêmica vem implementando uma das políticas mais criminosas que se tem notícia: ao não conseguir desvincular o Hospital Universitário da USP, desvinculou e vendeu para seus próprios sócios o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) de Bauru e iniciou um processo acelerado de desmonte do Hospital Universitário. Hoje, na maior cara de pau, distribui mais de 200 milhões para os Hospitais das Clínicas de São Paulo e de Ribeirão Preto, que são geridos também pelos seus próprios sócios (quando não, por eles próprios) e nenhum centavo para recuperar o HU.

Essa política, que nos ultimos anos já deixou de atender a saúde de dezenas de milhares de moradores da região, também tem levado a que os trabalhadores da USP desesperados se endividem com planos de convênio privados. E pra piorar a situação, o desmonte do HU tem levado a que o Serviço Especializado em Segurança, Engenharia e Medicina do Trabalho (SESMT) deixe de pedir exames periódicos aos trabalhadores, que é o que garante o acompanhamento da saúde do trabalhador, a tendência ao desenvolvimento de certas doenças, a relação causal entre sua situação de saúde e seu ofício e propõe medidas de remanejamento ou organização do trabalho que garanta a sua saúde.

Veja também: A luta pela vida dos trabalhadores da USP

A falta desses exames foi duramente sentida na Prefeitura do Campus da Capital nesta última semana, em que dois trabalhadores de longa data (Fusquinha e Madruga) foram acometidos com infartos fulminantes, um deles, inclusive, em trabalho. A garantia desses exames poderiam ter alertado, prevenido e cuidado da situação de saúde desses companheiros e possibilitado que eles pudessem ter algum tratamento. Por isso a iniciativa desse ato partiu dos trabalhadores da Prefeitura da USP - que paralisados durante três dias conseguiram o compromisso de atendimento e exames periódicos até o final de agosto-, em chamado ao conjunto dos trabalhadores da USP para colocarmos a luta pela saúde e pelas nossas vidas á frente.

Em um momento do país em que vemos esses mesmos setores que aqui na USP apoiam a privatização e desmonte da saúde, tendo uma política criminosa contra os trabalhadores e a população, fazerem pose de “democratas” assinando a fatídica carta pela democracia da Faculdade de Direito de São Francisco, conseguimos compreender bem de que democracia eles estão falando: a democracia da manutenção dos seus lucros e privilégios, do adoecimento e da morte dos trabalhadores. Por isso não podemos cair na ilusão de que essa gentalha da elite brasileira é aliada na luta contra o bolsonarismo, pelo contrário, eles podem até vir por canos diferentes, mas é tudo do mesmo esgoto.

Todos e todas ao ato, quinta-feira, dia 04/08, meio-dia, em frente à Reitoria da USP.

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