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CORONAVÍRUS SP | Em coletiva, Doria minimiza situação, enquanto escolas liberam crianças e a saúde pública agoniza

Em coletiva de imprensa organizada na manhã desta quinta-feira, 12, pelo governo do Estado de São Paulo para anunciar novas medidas de combate ao novo coronavírus, o governador João Doria (PSDB) afirmou que "neste momento, não há razão para pânico em São Paulo". Algumas escolas particulares em São Paulo já começam a liberar as crianças para ficarem em casa, devido a casos de coronavírus diagnosticados em alunos ou familiares de alunos.

quinta-feira 12 de março de 2020 | Edição do dia

Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo Uip, o Estado "está pronto para qualquer cenário". Doria diz que o governo do Estado irá disponibilizar mais mil leitos para UTIs, e diz isso após cortar orçamento de universidades como a USP que possuía um importante Hospital Universitário e ser do mesmo PSDB que desmontou a saúde pública em São Paulo,

Segundo o governador, "não há necessidade de paralisar São Paulo". "Não vamos criar pânico na população, nem antecipar processos. O efeito disso é extremamente nocivo à vida das pessoas, economia da cidade, de uma região e de um país", afirmou. Uma clara declaração de um parasita que apoia medidas de congelamento de gastos com saúde e educação, e é um herdeiro de capitanias hereditárias que desce a bala de borracha em professores que buscam defender direito à aposentadoria.

Em seu discurso nada é dito sobre as escolas públicas que sobrevivem com enorme precarização devido aos crescentes cortes à educação justificados pelo pelo congelamento de gastos que destrói os serviços públicos. Com falta de papeis higiênicos, sabonetes e um quadro reduzido de funcionários da limpeza (que em geral são terceirizados), as crianças que depois dos idosos, são os principais vulneráveis desta doença não estão protegidas.

Marcella Campos, professora estadual de São Paulo declarou "é um absurdo que o governo de São Paulo que recentemente reprimiu os professores na ALESP enquanto lutavam contra a Reforma da Previdência e constantemente ataca a educação, não apresente nenhuma medida séria de minimizar os impactos que isso trará à população. Disponibilizar leitos basta? Precisamos de hospitais, de diagnóstico rápido, de atendimento médico urgente, de espaços para tratamento com alimentação digna! Num momento aonde o Coronavirús é enquadrado como uma pandemia, não se pode esperar até que isso seja uma realidade no Brasil. Nós professores precisamos ser linha de frente, através da nossa organização em unidade com os demais trabalhadores da educação, a exigir a revogação da PEC do teto de gastos e exigir investimento imediato em Saúde e educação, para que se possa providenciar a contratação de funcionários para prevenir e tratar essa ameaça".

A respeito dos casos já identificados em escolas e locais de trabalho dos pais, Marcella comentou:

"O Estado precisa garantir que os pais ou responsáveis das crianças cujas escolas foram fechadas tenham garantia de emprego e sem corte de salário por afastamento! As crianças precisam de acompanhante que se ausente do local de trabalho, o Estado é quem deve garantir as condições para isso. Assim como essa licença deve ser garantida também àqueles que não são pais, mas precisam de repouso em casa.

Nós do Nossa Classe Educação defendemos que o Estado se responsabilize por essas medidas, tirando dos setores privados da saúde e da educação para a contratação imediata de enfermeiros e médicos para os hospitais diagnosticarem rapidamente, garantia de todas as condições para diagnóstico e tratamento, assim como para garantir higiene e prevenção nos espaços escolares. Para isso, é preciso revogar já o teto de gastos e impor o não pagamento da dívida pública, para que não sejam os trabalhadores e as nossas crianças a pagarem pelos efeitos dessa crise que se agrava.”




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